10.11.06

essa sensação de querer que o outro queira o que eu quero que ele queira. fazer as pessoas se encaixarem no meu pequeno cenário. há tempos eu não sentia tanta necessidade de voltar a ser meu velho eu. e hoje de repente, tudo ficou sem sentido. contei minhas peripécias com total desenvoltura e senti um descaso de mim mesma com tudo que tenho vivido. mas no fundo, não é em vão. estou treinando, exercitando, aprendendo os meus limites de mulher. só que ainda assim eu sinto uma falta imensa do telefonema que nunca chega. e da falta que um alguém faz. agora, doente, com febre e ninguém para saber se melhorei: e toda minha crise cabe nessa folha de papel. é que eu quero amar e ser amada... e as pessoas passam pela minha cabeça e eu sinto um ímpeto de ligar. mas quando messo a ação, desisto. não vale a pena gastar o cartucho e me sentir desamparada mesmo assim. eu cuido de mim. a vida é gigante e não cabe só no ato de amar um alguém. foi bom ir à festa, ver os olhos olhando pra mim. e escolher ir pra casa sozinha porque é melhor ser sincera comigo mesma vestida - porque nua, é mais difícil encarar o tamanho do erro. eu liguei pra ele e foi uma conversa leve, como sempre. mas algo me diz que ele não me quer por perto... então fico onde estou. porque de novo, é mais fácil decidir essas coisas com a roupa no corpo... eu tenho me estranhado mas não quero voltar atrás. não sinto saudades de quem fui e nem de ninguém em particular. mas eu sinto saudades do conhecdio, do sabido, do certo. da verdade absoluta, da pergunta com resposta. coisas que há tempos eu não tenho. eu joguei fora as caixinhas e tenho que construir coisas novas para por no lugar. mas há momentos, como agora que o cansaço bate e até o arrependimento bate - por que jogar fora? o que deu errado mesmo? até aqui, também não deu certo... pra quê? uma vontade de ouvir a voz de alguém - qualquer alguém - no telefone - dizendo a verdade: que bateu uma solidão, que pesnou em alguém, que me ligou; mas eu vou desligar o celular para não correr o risco de falar o que não quero para quem quer que seja... pela primeira vez, de verdade, eu não quero mais uma relação, mesmo ainda com vários sentimentos. sou eu quem não quero mais alimentar uma ilusão, uma amizade, um sonho. eu tenho certeza que vai acontecer para mim. e será muito em breve. e estou sabendo o que eu estou dizendo - que eu sei, eu sinto, e tem um lado que torce que seja ele - que em muito pouco tempo, os ventos do amor recíproco vão soprar por essas janelas novas, abrir as rugas das cortinas, resvalar nas paredes que cheiram a tinta branca. esse amor já tem meu endereço, com cep e tudo mais, e aguarda pacientemente sua vez de entrar na bolsa do carteiro.

2 comentários:

  1. Fiz tanto esforço pra ler essas letrinhas miúdas, com toda a boa-vontade da minha hipermétrope astigmata miopia, que agora fico a ver linhas brancas piscando por todo lado, numa ilusão de ótica de paralelas infinitas.
    Acho que é um sinal. Sinal que dá linha. Sinal de que há uma ligação em tudo isso. Sinal de chamando. Sinal de que alguém vai atender. Mesmo que demore um pouquinho, sempre atende.

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  2. escreva pra exorcizar, amiga!
    depois q a gente coloca essas emoções pra fora, o coração fica mais leve
    e encaramos nossos desejos com mais clareza
    desejo de ficar só
    desejo de ser acalentada
    desejo de mais (ou menos) exigente com nossos próprios sentimentos, com nossas próprias limitações

    às vezes queremos muito
    às vezes achamos q estamos abrindo mão de coisas q queremos muito - qdo na verdade estamos escondendo, camuflando sentimentos

    se vc abriu o jogo pra si mesma q não quer mais camuflar, então
    'com certeza vai acontecer pra vc'.
    ":)
    bjosssss

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