9.4.07

Páscoa

Tive um sonho terrível
Acordei no exterior de mim
Uma saudade de estar aqui
Como se estivesse ainda lá

Um choro triste mesmo, daqueles que sai do fundo dos pulmões
Que dá dor de cabeça
Incha os olhos
Pinga o nariz

Fechava os olhos e lágrimas vinham de histórias tão velhas
Abria imediatamente para enxergar um tufão de pensamentos
Novos, mas não menos doloridos

Não dormi,
Mal comi
Comprei, mas não li o jornal

Era Domingo de Páscoa
E foi num abraço mais forte
Que todas as respostas saltaram pro verbo

É uma merda
Trilhar o caminho sozinha
Com todos ao meu lado,
Mas cada um na sua calçada,

A solidão da alma
É tão funda, é tão silenciosa
Que quando vem em lágrimas
Preciso de um dia inteirinho
Pra dizer:

Eu não gosto de saber, mas sei
Que o meu caminho é sempre em solidão
E que eu não sei exatamente do que sou feita
Por isso os outros que não moram em mim,
Nunca me verão

E daí,
Não sai mais lágrima
A boca seca
O peito aliviado:
Eu não quero, mas é
Que toda pessoa é meio que invisível
E os caminhos não se cruzam, não
Seguem paralelos até o infinito da morte

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