13.3.12

Fim do fim

E não, não dá alívio. Nem uma leveza, nada, nada.
De malas prontas, meu coração está apertado:
vou deixar minha casa pra trás e tempos difíceis também.

Sei, deveria pular de alegria, celebrar. Mas não sinto.
Tem uma chapa de chumbo no centro do peito.
Hiatos de prazer que não pareço merecer...

A leveza, pra mim, é sempre dura, impermeável.
Olho pro lado, pra dentro, suspiro:
sou intensa, medrosa e cheia de arestas.
O sopro de dias livres me assusta,
o coração vazio me entristece
a boca sussura - quando?
Quando, nessa vida, vou finalmente aprender
a simplesmente aceitar e ser?

Um comentário:

  1. Não sei se, nesse caso, é aceitar a ser.
    A jornada de concurso é uma crueldade, porque não tem um fim bem claro:
    É com o gabarito (e uma boa pontuação)?
    É com o resultado provisório?
    É com o resultado definitivo?
    É com a nomeação?
    É com a posse?
    É com o efetivo exercício?
    É com o fim do estágio probatório?
    Em cada uma das etapas, a comemoração vem acompanhada de um silencioso "ainda é cedo".
    E quando não é mais cedo, já é tarde, porque o prazer e o sabor da vitória foram diluídos no tempo.
    Ainda que só um pouquinho, celebre.
    Do Edmundo para Rabiquita.

    ResponderExcluir