De malas prontas, meu coração está apertado:
vou deixar minha casa pra trás e tempos difíceis também.
Sei, deveria pular de alegria, celebrar. Mas não sinto.
Tem uma chapa de chumbo no centro do peito.
Hiatos de prazer que não pareço merecer...
A leveza, pra mim, é sempre dura, impermeável.
Olho pro lado, pra dentro, suspiro:
sou intensa, medrosa e cheia de arestas.
O sopro de dias livres me assusta,
o coração vazio me entristece
a boca sussura - quando?
Quando, nessa vida, vou finalmente aprender
a simplesmente aceitar e ser?
Não sei se, nesse caso, é aceitar a ser.
ResponderExcluirA jornada de concurso é uma crueldade, porque não tem um fim bem claro:
É com o gabarito (e uma boa pontuação)?
É com o resultado provisório?
É com o resultado definitivo?
É com a nomeação?
É com a posse?
É com o efetivo exercício?
É com o fim do estágio probatório?
Em cada uma das etapas, a comemoração vem acompanhada de um silencioso "ainda é cedo".
E quando não é mais cedo, já é tarde, porque o prazer e o sabor da vitória foram diluídos no tempo.
Ainda que só um pouquinho, celebre.
Do Edmundo para Rabiquita.