4.9.13

Janelas abertas


então,
só agora choveu
passou o dia quente e sem sol
de um sufocar tão insistente 
que cigarras berravam até estourar!

em vão
horas lentas
minutos lerdos
segundos sem fim

nem o escuro
o belo da lua
o quase vento
deixaram o ar mais leve (para entrar nos meus pulmões)

meu peito
estômago
olhos e boca
tudo letárgico
do calor
do suor
da falta que você me faz

e aí, choveu
- pouco
mas molhou
e calou os bichos
instigou os ventos
e das nuvens saíram
estrelas pequenas, distantes de mim
- longe
mas molhou
e nasceu uma lágrima
que brilhou meu rosto
pingou no vestido
desenhou no colo
um longo suspiro
doce 
- desses
difíceis 
de viver sem
- desses fáceis
de querer mais


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