Eu fui convidada para o casamento de uma meia prima, mas não tenho certeza se foi de coração.
Vou porque tenho culpa de deixar a pessoa pagar a janta pra mais um, e esse um não ir.
Quero dizer, dois. Talvez por isso até a incerteza de não vir com amor - o convite, eu digo. Vou levar mais uma boca pra comer, era só o que faltava.
Aliás, tem me faltado convites.
Para o almoço de hoje, por exemplo.
Não me convidaram, mas sem querer, eu tava lá.
E no fundo, ninguém se importa. Se eu fui ou não.
E essa mesma prima torta não me convidou para o chá de panela. Não que eu adorasse ter ido, mas aí no dia seguinte, ficou assim estranho um almoço que todo mundo elogiava a farra, e eu no silêncio - me bateu uma coisa de que talvez ela tenha me convidado "através" da minha cunhada - e esta, esqueceu de me comunicar - será que ficou parecendo que eu fiz desfeita?
Até agora, não sei. Esqueço de esclarecer.
E um outro evento, hoje à noite. Que não fui formalmente convidada, mas deduzo que "através" dos meus pais, é pra eu ir também. O pior - se eu não for, podem achar que sou eu que estou de má vontade. Nem fui à missa da formatura! Imagina! (eu fiquei sabendo uma hora antes o local da cerimônia, "através" do meu pai)
Um casal de primos de fora que estão por aqui, combinam de sair com o meu irmão, e este me diz que ligará para me dizer onde estarão. Mas não liga.
Talvez, não tenham saído. Ou, ficaram esperando um "através" pra me ligar.
Achei que eu não me importava.
Mas me importo. Não com os eventos, com as ausências de convites!
Me incomoda o "através", o intermediador, a pessoa do meio - entre a pessoa que não se lembra de me convidar e eu. E tudo que ocorre no meio.
A Cláudia perdeu um amigo para a noiva dele.
Eu perdi uma grande amiga para a loucura dela.
Não sinto saudades de família.
Mas prefiria ser tratada por inteira, que me olhassem nos olhos, me dirigissem a palavra do convite.
Ou não.
Através é que não dá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário