O que eu acho que o que aconteceu foi mais ou menos assim:
A mãe entra domingo adentro no quarto da adolescente dorminhoca - afinal, são NOVE da manhã!
A moça grita de susto, mas antes de qualquer outro ruído -
Uma voz de homem, (ou seria de mãe brava?) num microfone
- Que Jesus esteja com você!
E daí, pra frente, até umas dez horas, fui obrigada a ser catequizada por um pastor qualquer
Na janela do outro lado do prédio, vinha a voz cavernosa com erros gramaticais terríveis pregando contra o namoro
- Porque namoro não é jeito de se conhecer alguém. Namoro é assim, vai indo, vai indo...
Annn, penso eu ... a idéia não seria essa mesmo?
- Porque se ele fosse a pessoa certa, a conta telefônica não estava mais alta!
Ué! No meu caso, é exatamente ao contrário...
Foi me dando pena da moça. Que inferno ser evangélica, eu pensei. Ou melhor, ter uma mãe louca.
O sermão foi longe. Maldizendo o namoro. Não foi usada a palavra sexo, gravidez, nada disso. Mas demônio, exorcismo, maldição, ix - demais.
Eu acordei com isso, mas decidi não me chatear.
Fui ao parque, lotado. Ai, isso me irritou. Só que a cada passo no sol queimando, eu ia mais e mais gostando de todas as pessoas que passavam por mim.
Na verdade, todo mundo erra. Mas sempre pensando em acertar.
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