Numa aldeia distante, no meio do Egito,
Uma pequena tribo viveu anos em guerra.
Mas, o povo forte e alegre seguia suas vidas, e o penar das mortes, da pobreza e da fome
Não foram tão grandes quanto esta história.
Foi um amor de outros tempos, aquele da moça pelo jovem.
Ela era correspondida, e a aldeia fazia votos de felicidade.
Hesitante, o rapaz propôs o casamento
E ela, mesmo com muito medo,
Nem consultou os pais -
Aceitou o pedido gritando aos ventos
Sim Sim Sim
O sopro chegou aos deuses da guerra
Que, furiosos, intimaram o jovem `a dura batalha
Chorando, os amantes se despediram
E num único abraço, os lábios se encontraram
No beijo, a promessa do futuro
O jovem levou um lenço
A moça bordou armadura
E muito tempo passou
Com lembranças, ventos, e um sim
Chegou então num fim de tarde
Um soldado mensageiro da notícia
O jovem sofrera um ataque
A morte era iminente
Pouco tempo havia para o adeus
Do rosto da moça, nenhuma lágrima escorreu
De dentro do baú antigo, sacou a armadura bordada
No corpo nu jogou o vestido de noiva
Branco
Longo
Lindo
E por cima do linho, o ferro brocado de flores
Cavalgou no vento
Chegou, já amanhecia um outro dia
Os deuses ainda dormiam
O vento não soprava mais
Era um silêncio infinito
A moça inclinou-se sobre o jovem,
Sussurrou sorrindo
Sim Sim Sim
E ele,
Olhando nos olhos molhados
Beijou-a na boca, nos ouvidos, nas mãos
Despertos pelo ruído do amor
Os deuses da guerra curaram a ferida do jovem
quebraram a armadura de flores da moça
De mãos dadas, o casal saiu em direção ao nascer do sol
E nunca mais foram vistos
Separados
ps - para o meu amor de tantas vidas ...
Quando as flores passam a ser capazes de desfazer as armaduras, tudo se torna possível.
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