Ontem à noite, foi meu dia de gravação da Festa do Templo.
Fiz várias imagens da cozinha, dos preparativos, do sino tocado pelo monge Haritami.
(ainda não vi o resultado, mas farei isso já já)
Subi até a nave para aproveitar o lugar vazio e fazer imagens do altar.
Fiquei pouco minutos ali quando a Cris entra com aquela voz calma
- Gente, acabou de entrar um ladrão aqui.
Nos fundo do altar, tem uma porta que dá pra secretaria do templo, onde o provável ladrão pensou ter rios de dinheiro, talvez.
Não teve muito tempo, pois há inúmeros seguranças na festa e o homem foi tocado dali na correria, mas ninguém o alcançou.
Essa foi a história que ouvi contarem.
Passei o resto da festa rondando pela multidão com a câmera ligada.
Na minha cabeça, pensava no ladrão. Aquele que entrou pelos fundos da nave e nos ladrões de outras coisas da minha vida.
O ladrão do templo teve acesso até certo ponto, mas foi detido no momento certo.
Dele, não senti medo nenhum.
Mas, e os outros ladrões:
O ladrão do tempo da minha vida - que me rouba os minutos, as horas com a imensa preguiça que me assola?
O ladrão da firmeza - que me rouba a clareza de pensamento e me obriga a estar com pessoas que eu prefiria não estar?
O ladrão da serenidade - que me rouba a mente tranquila e me enche de expectativas, ansiedades?
Destes, tenho um medo enorme.
Estão roubando de mim e eu ainda não os detive! O que estou esperando?
Fui embora um pouco febril e cansada.
O ladrão da saúde ainda nos meus calcanhares. Essa gripe da seca de Brasília.
Eu acho que no fundo, estou à espera de outros para afugentarem meus ladrões.
1. Ladrão no templo budista! Fico pensando o que o José Simão falaria disso.
ResponderExcluir2.Os outros ladrões. Pode roubá-los, ladrão que rouba ladrão...vc terá perdão!
Puxa, Fabiana, que texto interessante! Com inspiração budista mesmo. Pensei que leria algo de interesse fugaz, mas encontrei algo mais proveitoso. Botei fé.
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