(de L. M. Duarte)
Tenho tido contato bastante freqüente com amigos e colegas heterossexuais do sexo masculino. Era um desejo antigo. Não me sinto sempre bem ao lado de homossexuais. Tampouco acho psicologicamente saudável, para mim, conviver o tempo todo com mulheres (heterossexuais ou não). Tenho vários amigos e conhecidos que possuem a mesma orientação sexual que eu, mas gosto de pensar que somos amigos independentemente disso. Não gosto da ideia de construir uma amizade apenas sobre bases sexuais. O critério me parece insuficiente e, claro, discriminatório – para não dizer que se trata de preconceito invertido.
Pois bem, realizei o desejo de ter mais contato com amigos heterossexuais do sexo masculino e, assim, diversificar meu círculo. Hoje, convivo com homo e heterossexuais, principalmente com esses últimos. O que descubro? Afinidades: somos todos muito mais parecidos do que supomos antes de nos conhecermos melhor. O que mais? Somos um bando de preconceituosos. Não podemos realmente dizer algo sobre uma pessoa sem que antes a tenhamos conhecido. Finalmente: muitos, muitos, muitos homens podem ser parceiros quase perfeitos, amigos confiáveis, companhias divertidas, mas... Quando se trata de mulher, quase todos eles podem ser canalhas, patifes, cafajestes (sim, tudo aquilo que as mulheres dizem deles). As exceções parecem confirmar a regra. Lamentável.
Noto que as mulheres também fazem das suas. Muitas são ardilosas. Outras tantas chegam a ser venenosas. Mas não vejo tanta calhordice entre elas por aí. A maioria deseja ardentemente ter um parceiro. O problema é desejar literalmente ter, isto é, possuir, prender. Enquanto eles buscam diversidade, a maioria delas busca singularidade. Elas querem o diferente, o que se destaca, o melhor. Está bem. Já existem milhões de mulheres no mundo que vivem como os homens: buscam diversidade, sentem-se livres, e algumas chegam a ser calhordas com eles também. Dão o troco. Vingam-se de séculos de opressão ou algo que lembre isso. O fato é que, pelo que observo, a maioria ainda sonha com casamento. Muitas realizam esse sonho. Afinal, os homens também querem uma parceira fixa. A diferença é que eles parecem não ter nenhuma pressa...
Minha convivência com os homens heterossexuais também tem me mostrado o quanto eles podem ser desprendidos. Ligam menos para picuinhas. Irritam-se mais facilmente talvez, mas a irritação também passa mais depressa. O rancor é menos demorado. O que não justifica um soco, uma porrada, justifica menos ainda, portanto, uma dor-de-cabeça. Geralmente, os homens falam menos que as mulheres. Não ao telefone, quando empatam ou as superam, sobretudo se for ao celular. O fetiche com a tecnologia parece mais forte neles também. E o futebol... Esse, às vezes, pode ser mais importante que mulher, principalmente se a companhia forem os amigos e as cervejas geladas. Para mim, esse é um clichê que vem se confirmando a cada dia.
Enfim, a companhia masculina pode ser realmente muito agradável. Todavia, torna-se cansativa, ao menos para mim, quando a “caça” às mulheres vira obsessão. Os bichos selvagens entram em cena. Mulher, mulher, mulher... Os amigos, de repente, perdem o sentido. Ficam invisíveis uns para os outros. Só se comunicam para avaliar as fêmeas, que aparecem para eles como potenciais vaginas onde vão penetrar, gozar para depois esquecer. Nessas horas, todas as mulheres são putas. Nenhuma tem sentimento, história, sonhos. Só vagina, peito, bunda.
OK. Há homens intelectuais. Podem ser interessantes quando não são pernósticos, o que é raro. E, via de regra, eles tampouco sabem se divertir. Fazem do lazer mais uma oportunidade para reflexão. Não tenho paciência para tanto. Restam os quase-padres, aqueles que, por amor e temor a Deus, jamais falam mal de quem quer que seja. Evitam criticar, zombar, condenar. Podem ser doces, mas também cansam. Ficam açucarados, pusilânimes. Quando não me inibem com sua pureza em contraste com minha baixeza. O que fazer?
Para isso, é importante não pertencer a uma tribo só. Quando uma fica demasiado pesada, passa-se para outra e assim por diante. Perfeito, não? Só que...
Na hora de namorar... Dá para ter tudo em uma pessoa só? Provavelmente não. Vixe!!! Danou-se!
Até a próxima.
Obrigado, por aceitar o convite e postar aqui essa impressão. Beijo
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