1.7.09

Algemas

Eu sei que cometi ato ilícito.
A Polícia me algema e me prende no banco da frente de um carro preto.
Em silêncio e com medo, dirigimos pela cidade que nunca vi.
Meus pensamentos são confusos, sei que errei e vou pagar por isso.
São dois anos sem liberdade!
Na porta do prédio, o policial me mostra a direção que devo seguir sozinha.
Caminho por corredores não muito estreitos e procuro a porta da delegacia.
Mas, sem querer, noto que meu pulso escorrega, como de uma pulseira, das algemas!
Olho para os lados, nenhuma autoridade da lei.
Penso em fugir, sair correndo, sem algemas, tudo é mais fácil.
Na porta da delegacia, pergunto pelo delegado, que não está. O substituto me avisa para esperar lá fora, ele me mostrará minha cela. Retruco que não fiz meu telefonema.
Ele me indica um orelhão. Está quebrado. Sigo andando pelas ruas, orelhões em todos os lugares, penso em fugir mais uma vez.
Com medo, me arrependo de ter chegado até ali, sem nem sequer avisar alguém!
Penso no meu irmão.
Penso em como falar com ele. Qual telefone? Será que ele estará em casa? E se o celular não atender?
Eu só tenho uma chance.
Minhas algemas estão soltas, como pulseiras no pulso esquerdo.
Estou longe da prisão, mas sei que devo voltar a ela...
São dois anos sem liberdade.~
É muito tempo para o que fiz.
Acordo.
O que foi mesmo que eu fiz?

2 comentários:

  1. vc tirou a luz dos meus olhos...
    pq fez isso?

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  2. Anônimo, foi um eclipse, mas já passou! ; )
    Você já pode devolver o sorriso pros meus lábios...

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