Madrugada.
A casa vazia e mal arrumada.
Chuva e silêncio.
A visita deixou a sala vazia.
A festa, a cozinha desordenada.
Uma luz só acesa.
Minha casa, meu vazio.
Olho a quina da parede.
A Lucrécia e seu berçário!
E me dá um estranho aperto no peito:
Ela se foi e deixou os seus!
Procuro a pequena aranha pelos cantos, sem sucesso.
Os filhotes agora estão mais dispersos, o teto com pontinhos pretos.
Em breve, acharão a janela e seguirão para mundo-jardim lá fora!
Uma súbita solidão me assolou.
As famílias se desfazem para se refazerem em novas famílias.
Deu medo de morrer sem família, sem a minha família, minhas arainhas, nascidas de mim...
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