2.12.09

Lucrécia e o longos dias de novembro

A aranha Lucrécia despejou os ovos na teia ontem à noite.
Agora, ela está gordinha mas perdeu um pedacinho do corpo.
Poderia dar um google em "como nascem as aranhas", mas vou observar ignorante.
É mais divertido me sentir impotente diante de algo que não tenho a menor ideia de como vai ser. Divertido no sentido do surpreendente e impotente no sentido de ser livre de qualquer ato ou situação que venha a acontecer. Sou espectadora da vida aracnídia. O melhor que posso fazer é olhar e não me envolver.

Aliás, deveria adotar esse pensamento para outras áreas da vida.
Para tudo novo, desconhecido e sem controle, deverei observar com olhos curiosos e inquietos, meio de longe, meio espectadora, meio torcedora para que, no final, tudo dê certo.

A Lucrécia está imóvel ao lado da bolotinha preta na teia. Não se mexe mais para nada. Não na minha presença pelo menos.
Tem horas que a vida é assim para todos, é o que concluí. Até as aranhas às vezes ficam assim, sem nada acontecendo na vida delas.
Mas, tanto eu quanto Lucrécia sabemos que esses momentos de marasmo e estática são como guarda-volumes de energia. Aquela que vamos ter que ter de sobra em breve, como por exemplo quando os filhotes de Lucrécia nascer. Serão muitos, famintos e pequeninos. Ela deverá suprir todas as necessidades com a energia guardada nos dias longos e parados de novembro.

Meu novembro foi corrido e cansativo. E parece agora que, como Lucrécia, entro num dezembro mais tranquilo e lento. Bom. Só pode ser um sinal para acumular energias (de preferência não em calorias! ó Buda!) para o ano que chega.
Em 2010, é provável que seja minha vez de parir crias nessa vida. Não arainhas, mas talvez, com a mesma exigência de cuidado e amor.


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