De um modo simplista, é quando nossa mídia não cumpre seu papel e acaba bombardeando a sociedade com um volume dispensável e inútil de tudo: informação, entretenimento, quando seu objetivo deveria ser infomar, entreter, interpretar, e - ok, até vigiar o status quo - mas, com um tempo para algum respiro.
Uma pausa para digestão. Nada!
O efeito narcotizante produz exatamente o óbvio - ficamos assim como que embriagados, anestesiados.
Satisfeitos em sabermos bastante sobre um monte de coisinhas.
Não mais sentimos a NECESSIDADE de agir.
A mídia nos substitui reclamando, denunciando, mostrando a guerra, a pobreza, a corrupção. Nós, de tanto ver, nem notamos mais e clic - mudamos o canal.
Ou abrimos a próxima página na internet.
Deixamos o agir para, sei lá, quando houver mais tempo
- mas o tempo adicional também trará mais vontades: mais filmes, mais notícias, mais isso, mais aquilo - aquilo tudo que a mídia reforça que devemos ter vontade de.
Como bêbados, não sabemos a hora de parar.
E se paramos, não sabemos muito bem o que fazer senão esperar a próxima oportunidade de voltar a beber.
A sensação é boa, sem dúvida.
Ficamos estranhamente preenchidos.
E só assim temos amigos para dividir opiniões lidas, pensadas!
Incrível tudo isso ter sido pensado em meados da década de 40
- a televisão ainda era um projeto e o rádio deveria ser como nossa internet. Não, nosso twitter. Não. Nossa Rede Globo. Todos, todos mesmo, tem acesso.
Ah, lindo isso: usar a mesma droga. Isso sim é democracia!
o + louco é q a mídia pode, inclusive, nos oferecer a sensação de papel cumprido. qdo se fala em abaixo assinado virtual fico com essa sensação. substituímos as manifestações, as performances reais por e-mails q serão deletados assim q chegarem na caixa postal do destinatário. esvaziamos nossos protestos. esvaziamos nossa força, voluntariamente.
ResponderExcluirhaverá salvação pra nós?