Desde de meninas, assaltamos os armários das mulheres da família em busca dos saltos mais altos: com os pézinhos cabendo inteiro na primeira metade do sapato, fica impossível caminhar!
E lá vamos nós, pequeninas deselegantes, arrastando como chinelas, os saltos mais caros da casa!
Com a idade nos vemos "treinando" andar de saltos - esses já nossos, certinhos no pé, combinando com o vestido - um misto de equilíbrio com postura, delicadeza com astúcia.
Depois das primeiras festas, algumas pegam gosto. Outras, entocam scarpins no fundo do armário para dias de festas somente.
Aprendemos todas. Mas esquecemos da incrível habilidade que ganhamos com essa simples tarefa: a da perspectiva.
Escolhemos todos os dias de que altura vamos encarar o mundo:
sapatilhas para dias de pés no chão, plantados, serenos e firmes.
Saltinhos para saltar: dias leves, rápidos, de sol ou de chuva.
E SALTÕES! Para o equilíbrio perfeito, flutuando por esse mundo duro na pontinha dos pés!
Hoje, calcei minhas sandálias super azuis e altas.
Vistos (mais) do alto, os fatos ruins ficam menores, lá embaixo!
E ao chegar em casa e descer à altura do real, a sensação de aterrisagem é tão confortante.
De volta à Terra!
Câmbio, desligo.
E pra mim, daqui do alto sem saltos, o sonho é descer à terra e maravilhar-me com o que está perto do chão!
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