Eu dormia no sofá da sala porque sabia que algo aconteceria naquela madrugada.
Deitei e fingi dormir.
Chegou a madrugada e ruídos na sala de estudos.
Meu pai estava no computador.
Ouvi passos, conversas, e como se fosse um sonho dentro do sonho:
Minha mãe mata meu pai. Um facada na barriga. Um som fraco, duro.
Ela vem me acordar.
Mas eu já estava de olhos abertos, só fingi abri-los.
Já era dia, e na sala, ela chora e me conta - matei teu pai.
Eu caio no chão de dor. E choro lágrimas que não escorrem.
Eu tenho ódio da minha mãe, eu não entendo o porquê, eu não sei o que fazer.
Meu pai está ao lado dela, ouvindo tudo.
Eu quero contar ao Bruno, mas sozinha.
Desço o túnel que cruza os Eixos, e lá no meio, um homem morto e seus dois assassinos.
Sei que me matarão então conto minha história para distraí-los.
- Minha mãe matou meu pai, uma facada no estômago. Estou indo contar para o meu irmão.
Pronto, saio do buraco, despisto os assassinos, chego ao prédio e só então me dou conta que meus pais estavam comigo o tempo todo.
Acordo com as batidas do meu coração e a vontade de chorar.
Meu telefone tocou às 8h. Era meu pai.
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