Num calor de verão, pegamos a pista errada e ao invés de seguirmos para Porto, paramos em Fátima.
Não quis desviar - seria um sinal?
O lugar é a típica atração turística - centenas de barraquinhas vendendo bugingangas católicas, milhares de pessoas transitando - a maioria, mulheres velhas.
Me decepcionei. Na minha idéia, seria assim, um campo verde, com uma arvorezinha, e uma capelinha com a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Haveria silêncio e um brisa agradável.
Não.
Era uma praça enorme. No chão, um caminho desenhado com o piso em preto, contrastando com o branco do resto do lugar. Nada de grama, de árvore...e a capelinha da minha imaginação era uma gigantesca construção - seria uma igreja?
Ainda assim, me emocionei.
Aquelas pessoas ajoelhadas, segurando velas, terços, muletas.
Gente chorando, se arrastando...pensei no sofrimento de cada um, na dor de cada um.
Era o fim da missa e de longe vi uns braços erguendo a imagem - era Fátima.
Aí, entrei num transe. Segui pela multidão em diração à santa. No formigueiro de gente, fui espremida entre o vidro e o povo. Através do fumê, vi Nossa Senhora entrar na igreja - muitos cantavam. Eu só olhava pra estátua.
Notei que não sabia onde estava nem quanto tempo havia passado. Voltei em direção às barraquinhas, comprei os devidos souvenirs - terços - e voltei andando lentamente em direção ao carro. Em silêncio, caminhava na frente do Ethan, que desprezava tudo aquilo.
Foi nesse momento que senti uma mão sobre a minha cabeça. Aquela mão de vô que apóia a palma inteira sobre o topo da cabeça, meio com força, meio como uma afirmação - estou aqui.
Olhei assustada para trás. Ninguém além do Ethan lá longe, distráido. Olhei para cima. Céu puro, sem nuvens, sem vento.
Passei a mão pela minha cabeça, olhei para os tercinhos que segurava nas mãos e sorri.
Dias depois, as Torres Gêmeas cairiam, minha mãe faria uma extração de tumor do cérebro e minha vida giraria 180 graus.
Eu ficaria em surto, e rezaria anos a fio naquele tercinho prateado.
Sempre aparece um sinal quando peço pra Fátima
Sempre chega uma paz quando rezo pra Ela
Sempre sempre apelo pra Nossa Senhora de Fátima
Que me faz esperar às vezes, mas não deixa de por a mão sobre minha cabeça - estou aqui.
será q ainda dá tempo de me converter? e entre a conversão e o primeiro sinal, será q demora muito??
ResponderExcluirtô tão necessitada...
quem sabe se vc me emprestar seu tercinho??
":)
bjosssssssss
Acho linda essa sua história...
ResponderExcluirjuds, não sei se já te disse ou escrevi, acho que sim...rs. esse seu blog é o máximo! mostra exatamente quem você é! não deixe de escrever ok?
ResponderExcluirbeijos!