De volta das férias, esta foi a primeira semana de meditação.
O monge falou um pouco sobre a Roda do Darma - a primeira vez que o Buda falou sobre as Quatro Nobres Verdades para os ascetas que o seguiam até ali.
O monge também comentou que às vezes temos a impressão de que não estamos seguindo em frente, que não vemos progresso - mas a Roda gira e continuamos a evoluir.
Com essa idéia na hora da meditação, fiquei muito espantada comigo mesma. E sorri.
Fiz o primeiro curso de meditação no final de outubro do ano passado. O Templo ofereceu os três módulos em sequência, pra minha sorte, e terminei de fazer todos eles em janeiro deste ano.
Já na primeira semana - os encontros são duas vezes por semana - me senti muito mais serena e calma. O ato de me deslocar até o Templo, parar tudo na vida para ficar uma hora respirando, de olhos fechados, olhando os pensamentos passarem como nuvens no céu da mente - desacelerei, ou melhor, encontrei meu ritmo real.
Imediatamente, me redescobri lenta, calma, serena como eu sei que sou - e que a agitação e a ansiedade que me caracterizavam são somente um véu, uma máscara que me transformava todos os dias, numa pessoa inquieta, infeliz, inconstante no pior sentido da palavra.
A meditação me lembrou de onde venho e como sou DE VERDADE.
Eu sou forte e calma. Maleável e segura.
Encontrar descanso na minha mente serena é o melhor presente que eu poderia ter me dado.
As sessões nunca são iguais, raramente consigo entrar no estado meditativo da mesma maneira que o dia anterior, mas isso não me preocupa mais.
Mesmo fora do Templo, em casa, no carro, procuro em mim a sensação da mente tranquila, do esforço alegre - respiro seis vezes e digo o mantra. Geralmente, da quarta pra quinta vez, algo muda aqui dentro.
No peito, no pulmão, na batida do coração.
Hoje, as sensações e sentimentos que me angustiam e me entristecem ficam em mim menos tempo, têm uma dimensão menor no universo da minha mente - que agora é ampla, me cabe inteira: feliz, presente, me esforçando a cada dia para ser uma pessoa melhor. Porque é o desejo do Buda que eu, você, nós todos sejamos Budas.
Iluminados pela nossa própria luz, presentes no agora, em cada respiração.
A roda girou. `As vezes imperceptível ainda assim, evoluí. Eu sou outra pessoa - ou melhor, eu sou eu mesma como nunca fui. Parece estranho, mas cheguei em casa.
ps - aqui é onde tudo acontece
Me senti sereníssima só de ler. Obrigada!
ResponderExcluirvc está em outro estado evolutivo agora, Fabs! q fantástico! saber parar e saber avançar, mesmo devagar - e rápido tb, qdo preciso. nossas vontades, nossos desejos, nossas expectativas, nosso ritmo...
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