14.4.08

Incapaz

Ontem fui ao Templo com o Enzo, o Bruno e a Rafa - para celebrar o Buda Menino, uma cerimônia oferecida às crianças.
Estava muito feliz.
Mal dormi na noite anterior, fiz muitas expectativas.
Como tudo no Budismo, foi uma cerimônia simples: um pequeno altar florido com uma pequena imagem do Buda Menino ficou em frente ao altar maior. Uma mesa em cada lado, uma com chá quente a outra para receber as oferendas de flores e velas dadas pelas crianças que entraram em fila, ao som do coral do Templo.
A manhã estava azul e fresca. Nunca vi o Templo tão cheio.
Nos sentamos bem na frente, ouvimos o mantra, vendo as coisas acontecerem.
A última parte da oferenda, os presentes derramam chá doce na pequena imagem, uma alusão ao dia do nascimento do menino Sidarta, quando dizem que choveu doce.
Então, peguei os Enzo nos braços, e com ele fiz minha oferenda - derramei do copinho de bambu, o chá de erva doce.

Estava muito feliz, mas acho que ninguém percebeu.
Não consegui.
Não soube dizer da minha alegria, não soube expressá-la.
Não sorri, não fiz festinha com o Enzo.
Me senti inadequada, como que incomodando o dia dos meus convidados.
Me senti sem-graça, sem jeito, totaltmente tímida, acuada.

Eu queria que tivesse sido perfeito, e não foi.
Eu queria ter sido espontânea, alegre, mas não fui.
Eu queria que fosse diferente, mas não é.

Ainda assim, ficou a alegria contida de finalmente levar o Enzo ao Templo...

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