20.11.09

Sete dias, pra quem?

Estou inda à missa de sétimo dia do meu avô Francisco.
Ele morreu de câncer, aos 91 anos, em casa.
Nunca foi católico.
E Deus mesmo, ele só aceitou de uns dois meses pra cá.

No dia do enterro, alguns quiseram levar um padre para uma última oração.
Fui contra. O velho Chiquinho não ia gostar nada disso.

Hoje, vamos celebrar o sétimo dia numa missa que eu tenho certeza que ele repudiaria. Assim como a missa que fizeram para a esposa dele, minha avó Antônia.

Em breve, vou ser madrinha de batismo da Sofia, filha mais nova do meu único irmão.
Nem ele, nem minha cunhada são católicos praticantes. Mas acho que acreditam em Deus.
Eles sabem que eu também não sou (mais) católica, mas budista.
No entanto, haverá batizado, com o tal cursinho de padrinhos no final de semana e tals.

Para quem? , me pergunto, ainda fazemos rituais que não mais nos tocam?
Li hoje em algum lugar que Einstein escreveu algo como:
senso comum é aquilo que as pessoas concluem quando têm 18 anos e nunca mais mudam de opinião.

Adoro os rituais. Todos. Pela beleza estética, pelas músicas e vestimentas, pela intensidade.
Só não tenho certeza se praticar o catolicismo por ser senso comum é ser espiritualmente elevada...
Por que tenho que seguir estes rituais religiosos que não me falam ao coração?

Sigo. Ou me atraso para a missa.

Um comentário:

  1. Prima,
    Eu confesso que tenho dúvidas sobre a minha própria profissão de fé. Normalmente me considero mais uma pessoa que crê em Deus do que uma católica.
    No entanto, alguns momentos desse ritual me tocam muito, me enchem de uma emoção praticamente incontrolável. E não tem jeito, choro todas as vezes.
    Recentemente, por um motivo muito diferente desse que estamos passando na família, tenho me aproximado novamente das palavras da Bíblia, compartilhadas por amigos muito especiais. Se são palavras de Deus sopradas aos homens, ou onde os homens buscaram inspiração para escrever tais palavras, não sei. Mas falam de um amor infinito e poderoso, que tem me feito muito bem acreditar...
    Beijos!

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