Comentamos que ainda assim, as crianças se divertiam muito. Eu praticamente cozinhei, o desconforto da água quente intercalado com o chuveiro super gelado do lado de fora!
Alguns casais afirmaram que vão instalar ar-condicionado nos cômodos da casa, para os próximos filhos que já chegarão.
Penso o contrário - se tem uma coisa que nós adultos precisamos ensinar para as crianças é se adaptarem ao calor intenso que vivemos, maior a cada ano. Porque o planeta não vai dar conta de ar condicionado em todas as casas.
E além do mais, o aparelho é isso mesmo - ele condiciona sua sensação a simplesmente não suportar o calor, tornando nos cada vez mais mimados quanto à umidade e a quentura do ambiente. Exatamente o oposto do que precisamos ser para vivermos no Planeta Terra por mais 20, 30, 40 anos...
Sou contra refrigerar as casas. Até porque, me parece que adultos sofrem muito mais com isso que as crianças. Nós adultos sofremos pela EXPECTATIVA da água fria, que não está lá! Do clima agradável de sol com vento, ou chuva suave...enfim - Se soubéssemos não ter expectativa, não esperar nada da temperatura da água ou do tempo, sofreríamos muito menos com o calor.
Crianças vão esquiar ou brincar no sol do nordeste sem reclamar da temperatura. Ela é o que é. O resto é diversão! São os pequenos que já estão adaptados, nós é que precisamos abrir mão das temperaturas amenas que vivemos até aqui. Para as crianças dessa geração, o parâmetro é outro. Elas não sofrerão como nós, a geração trânsito-aquecimento-global.
Na piscina, cozinhando de calor, estico os braços para o Enzo pular sem qualquer desconfiança - se entrega ao salto, certo de que encontrará minhas mãos no momento exato que o fôlego acabar.
Crianças são assim - confiam.
Eu já fui assim, todos nós - já tive a certeza de ter no outro a mão estendida, na hora certa que o ar acaba - mas palavras e atos vão diluindo essa confiança inata...
Me pergunto quanto ainda tenho desse salto para os braços de alguém, dessa fé, sem sombra de dúvida, de que serei salva na hora certa.
De volta em casa, ao entrar no chuveiro, noto que a aranha grávida sumiu.
Com uma ponta de tristeza, me sinto abandonada. O canto da parede vazio, a teia sem aranha, sem filhotes.
Vai ver que ela nem estava grávida, era uma aranha gorda que cansou dessas paragens.
Não a culpo. É chato mesmo ficar sozinha na sua teia e ponto... mas, ah! assim sem se despedir, pra mim é o que mais dói!
ps - feliz aniversário, Bruno. Obrigada por ser (um dos poucos) braços que me alcançam quando o fôlego acaba.
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