31.1.10

Catarse

Passei a tarde de ontem no Bloco Pré Carnavalesco Suvaco da Asa
Fiz um rápido almoço no esquenta da Casa do Lu, e de lá, saímos abastecidos para a saída do Bloco.
Foi lindo - ou pelo menos, a parte que me lembro - e intenso - de lágrimas a sorrisos, foi minha catarse inicial desse ano.
E acho que nem precisarei de outra tão cedo, de tanto que caprichei nesta!
Sempre rodeada das melhores pessoas do mundo - meus amigos - e com gente bonita e animada espalhada por todos os lados, a tarde passou rápido, mas aproveitei todos os momentos (pelo menos os que me lembro)
Difícil descrever a bagunça.
Fica só uma sensação boa, uma dor na sola dos pés, o estômago meio apertado dos excessos...
O Carnaval parece a medida do limite físico, real, palpável do que é ser humana. E brasileira.


28.1.10

Resposta

Numa tentativa de consolar uma amiga, mandei uma carta perguntando como ela estava segurando a onda, já que passa por um momento bem difícil.
E foi ela quem me consolou com a resposta abaixo:

"(...) Quanto a onda grande, acho que quando passamos dos quarenta praticamente só encontramos ondas enormes, cada vez maiores.
Mas assim como dentro do avião não temos nada a fazer a não ser confiar no piloto, nas grandes tempestades podemos confiar profundamente que sob essas ondas enormes encontra-se um mar profundo e sereno.
Acho linda essa metáfora da mente confiante.
Mente pura, sincera, profunda e verdadeira.
Não a minha, mas a Mente do Buda que veio a mim surpreendendo-me nesse momento."

26.1.10

Triplex

- oi tudo bem?
- tudo
- como você chama?
- joão paulo.
- que nem o papa? legal.
- sim! inclusive meu nome é em homenagem a ele.
- ... sério? quantos anos você tem?
- 26
- ah. peraí, vou pegar um mojito
(e nunca mais voltei)
.....
- como você se chama?
- fabiana
- eu sou pedro
- oi, prazer.
- você é de 76?
- (penso: não, mas se você acha que eu tenho cara de 33...) - sim! como adivinhou?
- e é de libra?
- (nem penso mais, já tô rindo muito) - exatamente! como você sabe?
- ah, sei lá. minha mente está meio volátil ultimamente
(fiquei bem séria. e virei o mojito)
.....

24.1.10

VIRGO [August 23–September 22] "We should feel excited about the problems we confront and our ability to deal with them," said Robert Anton Wilson. "Solving problems is one of the highest and most sensual of all our brain functions." I wholeheartedly agree with him, which is why I expect that in the coming weeks you will be getting even smarter than you already are. The riddles you'll be presented with will be especially sexy; the shifts in perspective you'll be invited to initiate will give your imagination the equivalent of a deep-tissue massage.

- mudança em perspectiva? nessa altura da vida? ai, preguiça...tá, vamos lá... -



22.1.10

Livroespelho

Livros são lindos.
E finalmente, tenho prateleiras para eles!
Duas tábuas paralelas, por cima da mesa de computador, ao longo de toda a parede.
Lindas!
Tirei todos os livros amontoadas da estante da TV.
Mais ou menos por assuntos, mais ou menos por interesse, vi nas duas estantes a construção de quem sou.

Meus livros são muito estranhos!
Auto-ajuda, filosofia, filme, direito constitucional, poesia, budismo.
Boa literatura. Lixo de leituras!

Tudo.
Todas aquelas letrinhas moldaram minha cabeça e minha alma.

Para o bem e para o mal, ler foi minha salvação e minha fuga em inúmeras situações da vida.
Aprendendo, fiquei menos preconceituosa.
Fugindo do mundo, me tornei mais criativa e sonhadora.

Uma parede branca agora com cores mil!
Sorrio para eles, meus livros.
E eles sorriem de volta para mim.

Estranhamente, como olhando para meu próprio reflexo no espelho.
Livros sempre serão objetos especiais. Pequenos espelhos do meu ser.
Reluzindo, refletindo, defletindo

21.1.10

In-sonhos

o andaime na parte da frente.
o apartamento fechado o dia todo.
à noite, receio abrir as janelas para dormir.
fico entre o calor infernal e o medo absoluto.

quatro noites mal dormidas.

sonhos ruins
ouço alguém forçando a fechadura
o vento bate no vidro
- será que subiram no andaime? será que não tranquei as janelas?
uma hora, o sono ganha.
acordo suada, cansada, pensando em voltar pra cama.

no quarto, se a janela fica aberta a luz entra bem nos olhos
e o som de todos os vizinhos conversando - por que as pessoas conversam à noite? tanta coisa melhor pra fazer...- ecos de histórias e loucuras
irritação
TPM
cansaço

viro de ponta cabeça
faço uma montanha de edredon cubrindo a luz
escancaro a janela

vem a brisa
vem o sono
vem a chuva

sonho que viajo e me perco
acordo com preguiça
mas sorrindo

19.1.10

Estou ausente aqui.
Dificuldades de concatenar fatos e boas ideias.
Aérea para observações românticas e literárias.

Ando pragmática e focada.
Disciplinada e contida.
Fase.

Sou difícil.
Mas, pelo menos nunca menti sobre isso.
Me aguentem se for possível.

Crônicas nascem de toda rotina.
Tenho fé nesse novo ano.
Certamente, boas histórias vão vingar.

15.1.10

Carta para mim!

Querida Fabiana,
como você deve ter notado, o ano começou muito bem para você.
Eu sei porque fui eu quem o encomendou desse jeito.
Estou te escrevendo porque não me aguento de entusiasmo e vou fazer logo a fofoca:
O que você viveu até aqui é fichinha perto de tudo de bom que vai acontecer pra você!
Não quero estragar todas as surpresas, e por isso não vou contar os fatos e coisas.
Esta carta é somente para te assegurar, que sim - seus desejos serão atendidos! - eu não sou surda e tenho um ótimo caderninho de anotações.
Inclusive, já te conheço tão bem que sei até a prioridade das alegrias: uma a uma, chegarão saltitante, você só precisará sorrir!
Imagino que nesse momento você está num súbito surto de modéstia e olha ao redor sem acreditar que com tanta desgraça acontecendo, justamente este será o seu ano. Mas, é! E pode já parar com esse excesso de humildade franciscana, você fica horrível de marrom!

Por isso, cuide do seu corpo - dieta, corrida, manicure - e da sua mente - estudos, meditação e trabalho - e coloque seu melhor batom vermelho!

O que você quer, já chegou!

Um beijo grande e um abraço apertado
- sua Fada Madrinha -

5.1.10

E quando tudo parecia igual, entendi o amor

Fim de tarde de vento morno.
Na cadeira, vestida de canga, revezo o olhar entre o mar e o livro.
Ele acena de lá.
Sorrio.

Entrou no mar como menino, tocando os dedos dos pés e olhando pros lados.
Leio um pedacinho, fecho os olhos pra cheirar o momento.
O vento mais intenso. Os póros em bolinhas. Uma onda quase bate nos meus pés.

Levanto os olhos. Agora, de costas pra mim, pula ondas seguidas e sei que está sorrindo.
Ele olha pra trás, eu aceno e volto às páginas.

O mar lambeu toda a areia até aqui.
Água morna em coração duro...
Olho para ele mais uma vez, meu pai.

Estranhamente, vejo um homem bem mais moço.
Cabelos escuros, pele alva, o sorriso largo e os braços abertos, gritando e rindo.
Vi meu pai dos meus seis, oito, dez anos.
Mais uma onda lava meus pés.
E o coração bateu forte - eu amo meu pai.

Lá de longe, no mar, entre ondas e mergulhos, meu pai - moço, forte, admirável.
Amei ter vivido com ele até aqui.
Amei entender quem ele se tornou.

Amei ser filha daquele homem.

Amei tão fundo que entendi tudo.
E sorri.

(João Pessoa, dez 2009)


3.1.10

Dia 3, oito e meia

...e como o previsto, tudo parece conspirar para que 2010 seja isso tudo de bom...
só queria mais do mesmo desses três dias que já passaram...ai, ai...