Estou agora encarnando a Velha do Mundo que vive em mim.
Ela canta uma canção silenciosa e melódica, cata ossos de animais do mundo inteiro,
Acende uma fogueira alta no deserto seco.
Enquanto canta, os ossos lentamente ganham as carnes ao redor:
carnes de uma loba grande, marrom, macia.
Quanto mais forma e matéria, mais alto o som da canção.
A loba nasce dos ossos e do som.
Em forma animal, se estica, se alonga
A Velha olha nos olhos do bicho
O bicho-loba uiva
Salta o fogo
Corre nas dunas
A Velha de longe enxerga com a Lua
A loba virou mulher nua
Lá, no horizonte
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