Estava com uma tia. Ela estudava Física na UnB.
Eu acho que eu tinha no máximo uns onze anos.
Contando dessa noite, vou ao Beirute desde então. Vinte e muitos anos!
Enquanto a noite em Brasília mudou muito, o Beirute mudou pouco: continua meio ruim, meio sujo, meio estranho. Com cerveja muito gelada e gente muita. E de todo tipo.
Aqui, tem noite e gente pra todo gosto, pra todo gato - não só o pardo:
tem aquele happy hour sensacional em qualquer esquina que você escolher - tem, tem, aqui tem esquina sim. Bares, moquifos, pubs, padarias e botecos pra todo bolso, espalhados por entre as quadras - e quadras são quadradas, logo, há esquinas.
Mas, a cidade tem um estranho hábito de transformar o singelo happy hour do fim do dia de trabalho em uma noitada surreal: porque há festas.
Em todas as vizinhanças, até tarde.
Há festas particulares pagas, que não são tão particulares - geralmente no Setor de Clubes Sul - e também aquelas na casa do amigo do amigo: é só levar o que for beber e um sorriso. Estas últimas, acabam a hora que Deus der bom tempo, e com tanta chuva, andam amanhecendo o dia. Outro dia fui parar numa da embaixada da França. Não, nada oficial: é que tem uns moços que trabalham na embaixada, moram por aqui, e pra se entrosarem...
Pois é. Na noite, você cruza com esse pessoal de embaixada. Mas pode também preferir o subterrâneo do CONIC - um centro comercial que deixa o Parkshopping no chinelo: à noite, putas, travestis e festinhas no melhor estilo inferninho tomam conta de todo o local, bem na frente da Igreja Universal do Reino de Deus. Amém!
Nas quadras residencias, já teve muita boate legal - uma portinha ingênua e gente enlouquecendo lá dentro.
Que tipo de música? Escolha seu estilo, vai ter um canto tocando, não se preocupe. Ultimamente, com a lei do silêncio imperando, bares com música, boates e afins estão ficando mais isolados, em setores comerciais e áreas fora do Plano - só o Gate's salva. O lugar tá ali há décadas, pouco melhor que em 70. Mais fedido, mais caro e mais enfim - igual. Ainda assim, ótimo lugar pra balançar o esqueleto e beijar na boca.
Ah, sim. O beijo na boca: pra todos os gêneros e gostos, o beijo na boca é totalmente possível.
As meninas brasilienses têm má fama, admito: narizinho empinado e carinha de azedas, mas elas não enganam ninguém - brasilienses adoram dançar, beijar na boca, beber todas e tomar café da manhã na padaria antes de subir pra casa. E eu assino embaixo, só não sou azedinha. Virei caipiroska com muito açúcar!
Esse seria o post mais longo de todos porque ainda nem comecei a falar dos shows, eventos, performances; da Orquestra Sinfônica grátis, do Teatro Nacional, da sala FUNARTE, dos tantos e tantos festivais de cinema patrocinados por todas as embaixadas do mundo que ficam aqui.
E daria um post sozinho as infinitas manifestações noturnas no gramado da Esplanada: grátis, à noitinha, de madrugada. Palcos, telões, gigantescas caixas de som viram pequenas peças do LEGO, para a diversão ser o objetivo principal. O monta-desmonta faz o ano passar correndo. E já é dia do aniversário da cidade de novo: mais show, mais missa, mais tudo.
Por isso, ficou faltando muito.
Mas...ix, já deu seis e meia. É hora do happy hour e já tem gente me ligando - falou, galera. Vou tomar uma cachacinha aqui na quadra, que essa chuva tá pedindo um esquenta-goela!
beijo pra Marcinha que tá em Washington louca por um choppinho do Boteco.
beijo pro Bruno. Outra sangria no Barça?
beijo pra todos os amigos de noitadas brasilienses. Azedinhos nada, somos todos o açúcar da Capital!
Açúcar total!!!!
ResponderExcluirbeijo
Sil
Fabiana, Você manda muito bem!!! Beijo Renata
ResponderExcluirMuita coisa boa pra se fazer, né?
ResponderExcluirAinda falando só das festinhas, vc já ouviu falar das festas silenciosas, moda no exterior? O povo entra e recebe um fone de ouvido. Alguns canais de som permitem que vc mude de dj com um simples toque. Daqui a pouco tá o povo levando Ipod pras festinhas e curtindo um autismo. Esse mundo tá estranho, né?
Não me lembro ao certo da minha primeira noite em bsb, mas seu post me instigou a fazer um esforcinho.
BJO!
PS: não preciso dizer que adorei o texto... e que me deu vontade de abrir minha caixa de lego (a primeira da minha vida, ganha no ano retrasado) e brincar um pouquinho. ;)
Sangria!! Um beijo pra você!!!
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