Assisto agora o horário obrigatório da propaganda política.
Sem entrar no mérito do conteúdo de cada candidato à presidência, quero ponderar alguns aspectos técnicos dos programas:
Serra -
O candidato está amarelo, o programa inteiro está amarelo.
O pessoal da ilha de edição precisa suavizar a mão na correção de cor.
Cenário bonito e funcional; complicado de ler as legendas, a fonte escolhida é sem serifa e pequena demais.
Boa ideia de deixar o crédito Serra Presidente o programa inteiro.
Quem foi que escreveu o texto? Gostei. Talvez um pouco informal demais, mas a voz do off tava ótima! A melhor coisa do programa todo.
Serra tá quase simpático, já já ele pega o jeito.
Boas imagens de hospitais, hospitais, hospitais...
Mas, vai uma dica: identidade própria, sem imitações, please! Se o dinheiro é pouco, melhor pensar soluções mais baratas e mais eficazes que tentar a mega produção...
Marina -
Esse excesso de modéstia vai acabar com ela: a candidata só aparece no finalzinho do VT! Grande erro estratégico. Para quem não conhece o rosto, difícil saber quem é ela.
Imagens lindíssimas (de arquivo - será que ela realmente comprou o direito de uso?) com a voz da candidata.
Impossível de ler a legenda, fonte pequena demais.
O texto foi mal escrito, mal editado. E com informações duvidosas: "os mares vão subir 7 metros"...hmm, e daí?
Plínio -
Ótima vinheta de abertura, mas talvez de mau gosto demais para os mais conservadores.
Solução excelente de cenário com o candidato muito à vontade, falando claramente, texto bem redigido. A melhor luz de cenário, ótima escolha de figurino.
O pouco tempo comprometeu o candidato.
Dilma -
Tem dedo de Duda Mendonça em tudo: imagens belíssimas, excelente edição de imagem, texto bem redigido.
A candidata começa nervosa e claramente lendo o TP (teleprompter); e houve erro gravíssimo no primeiro figurino: a mulher já tem pouca estatura, um casaco com aquela gola? Feio.
A imagem do Lula funciona como provável quebra-gelo: ver e ouvir o Presidente falando é o melhor abre-alas para Dilma.
Os dois apresentadores (brancos e paulistas) nos lembram aonde são feitas as campanhas políticas: não ficou legal, não. Acredito que a apresentadora negra precise de mais tempo no video nos próximos dias.
A voz do off está pomposa demais, paulista demais, oficial demais.
O banco de imagens é invejável. A câmera e a luz estão excelentes.
Achei o jingle apelão pra caramba. Chamar a Dilma de mãe do Brasil, forçou um pouco, né?
Impossível decidir um voto assim, vendo candidatos produzidos e embrulhados em minutos de pouco conteúdo na televisão.
A democracia no Brasil tem o aspecto eleitoral como um joguinho de tabuleiro: ganha o mais esperto, o que já brincou mais vezes, o que tem mais amigos pra ensinar as regras...
Mas pelo menos, é mais divertido que Jornal Nacional.