25.10.06

Sonhei!

Eu peguei o carro do meu irmão emprestado e saí dirigindo.
Cheguei num parque, que apesar de ser dentro da cidade, era imenso, com um rio que cortava o verde. Havia pedras, água muito azul, árvores grandes.
Segui dirigindo, fora do asfalto, pela relva, depois pelas pedras, cada vez mais perto do rio.
Sabia que estava perdida.
Então parei o carro bem em cima de uma rocha enorme, que só então me dei conta, estava no meio do rio!
Como havia parado ali?
E como vou sair dali, dirigindo?

Fui buscar meu irmão.
No caminho, expliquei o que tinha acontecido.
Ele, meio irritado, chegou no local onde o carro estava.
Agora, estava lotado de gente! Era uma área de lazer, pessoas pulando das pedras, nadando, tomando sol!
Subimos até o topo de uma rocha - o rio subiu, o carro estava submerso!

Lá de cima, de muito alto, por entre as rochas, vimos uma mancha escura na água.
Era ali que o carro estava!

Num ímpeto, meu irmão pulou.
Vi seu corpo diminuindo, diminuindo, até cair na água -
Veio o silêncio das profundezas.


Aqui de cima, eu entendi tudo.

Tem um lado meu, mergulhando sem hesitar, no fundo do rio.
Meu outro eu, está lá em cima, observando, à espreita, admirada e assustada.
O que vale tanto a pena um salto tão profundo?
Eu inteira sei bem o que -
buscar o que deixei de mim por aí.
Trazer à tona, achar, resgatar.

E no fundo, não é só que está submerso.
Mas o salto, o salto para o mais profundo azul
Esse, sim, vale
E não é a pena
É a salvação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário