O Rei está doente. É hora de preparar seu sucessor e a festa da próxima coroação.
E como sua corte o amava muito houve silêncio, sem cor, e sem lágrimas.
A corte entristece, e mais que nunca, tudo ficará à disposição de Vossa Alteza. Não haverá festa, nem tempo livre. Tem-se que prestar a devida atenção às mazelas do bondoso Rei.
Faça chuva, faça sol, a corte deve agora viver somente para manter o Rei vivo.
Passa-se o tempo e o Rei nunca nunca melhora. Só piora...
Se fosse em outras cortes, esse tempo seria tortura, seria impossível, seria em vão. Desistiriam de velar aquele bom homem, voltariam aos seus trabalhos, suas rotinas, suas outras alegrias.
Não essa corte. Ficou ali. Leal. E cética.
E mais tempo ainda se passou.
Numa noite, o Rei chamou a todos, e de sua sacada, bradou:
- Eu vou morrer esta noite.
A corte sucumbiu num choro sem fim.
O Rei se retirou e poucas horas depois, ouve-se a notícia.
O Rei morreu.
E então, como num passe de mágica, o choro daquela corte parou de escorrer. Das lágrimas nas faces surgiam pequenos vaga-lumes dourados que voavam imediatamente.
As estrelas cadentes iluminaram a escuridão.
E ficou impossível.
E virou uma força gigantesca.
E a corte inteira, todos juntos, sorriu aos céus.
Ao amanhecer, o sucessor será visto da mesma sacada de onde o Rei se foi.
num pequeno parêntese, nessa história, ainda estamos na parte "o rei se retirou e poucas horas depois..." - mas na hora que passar para o parágrafo seguinte, o leitor NÃO deve reiniciar a leitura a partir do primeiro parágrafo. Favor continuar a leitura DE ONDE ESTÁ. É importante que haja MOMENTUM até a frase - "ao amanhecer, o sucessor ..."
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