Eu abri a sacada pra pegar uma garrafa d´água no frigobar.
Na porta branca, o louva-deus verde.
Calmo.
Eu cutuquei ele com a pontinha da caneta
Dá licença aí, dona esperança, que eu tô com muita sede.
Ah, ele saiu do meu caminho,
E entrou dentro da sala!
Agora vi tudo.
De que adianta matar a sede, com um animal dentro da ilha, olhando pra mim?
Cutuquei o louva-deus de novo, e do chão ele voou para a parede branca
E da parede, para o porta-lápis
Essa esperança que chega cada vez mais perto de mim!
E não me deixa trabalhar!
No último cutucão,
Ele voou para a parede azul.
Ali, nenhuma chance de me sentar na cadeira preta!
Desci o elevador pensando na estupidez de chamar o zelador para pegar um inseto
Que deveria ser sinal de boa sorte!
- Mas o que é louva-deus?
- Aquele que parece um gafanhoto mas é do bem, sabe? Um todo verde, que traz boa sorte!
- Ah, esperança!
- Hmm, eu chamo de louva-deus. Mas traz mesmo boa sorte, né?
- É, se entrar voando na casa da gente, traz boas novas.
Entrou, pegou pelas patinhas esquálidas, saiu com o louva-deus pelo elevador.
- Pronto, pode levar a esperança com você!
Aqui sozinha, seria bom ter uma coisa viva pra me fazer companhia.
Vou trazer uma plantinha. Essas são verdes mas não voam.
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