Eu me antecipo onde deveria andar devagar.
Sou lenta para as coisas que têm que acelerar.
A minha antena está quebrada?
Ou não sei fazer o malabarismo com tantas bolas?
Estou cansada.
Andar só, e sempre no meio de um caminho e de outro
Demanda algo que tenho pouco.
Um quê de blasé
A minha intensidade
Me impede de ver um palmo na frente do meu nariz.
E então fico apalpando
O mundo todo.
Não repouso
Quieta
Esperando o tato do outro
Então me arrependo
Me acho burra
Me coloco no calabouço
Me dou tantos castigos!
Estou cansada
Das punições eternas
De nunca saber ser
Fazer errado procurando o certo
Me desculpar por ser assim desse jeito
Não tem um ser nesse mundo, perfeito
E ainda assim, passo todos os segundos da minha vida
Brigando para acertar
Castigando por errar
E nunca nunca
Esperando alguém me amar.
Esse jeito que eu sou
Sem quê de blasé
Um tanto enorme de intenso
Que cega,
Que arde
Que mete medo
E nunca nunca
Esquecendo de esperar o amor.
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