18.6.07

Noites

Búfalos
Ursos
Cães não domesticados

Galã decadente de cinema
Situações constrangedoras
Tristes
De acordar

Choro na noite -
Não durmo bem na seca
Na seca de chuva
De pele
De novidades incríveis em qualquer departamento da minha vida, porra!

12.6.07

Estrada

Se eu parar para me esperar
Vou ganhar tempo para o amor

Dia dos namorados

Aos poucos vou escutando
E saio dos escombros das duas últimas semanas
Aqui fora, tudo mexe
E devagar procuro o caminho do meio
Do meu meio de ser eu
Nova
Lenta
Pensativa
Silenciosa
Vou, aos poucos
Me vendo apaixonada por mim

2.6.07

Intervalo

Por motivos quase nefastos
Abondono por um tempo escrever aqui
A dor de teclar é terrível
E há de se respeitar uma dor assim
Que te pega, te joga no chão
Te faz chorar como menina esquecida na porta da escola

Talvez sinta saudades
Mas quem sabe esse não é mais um dos meus esconderijos
Dos ciclos, dos tempos de ser, e não de fazer?
Vou cuidar de mim
E isso vai demorar, eu sei

Espero voltar em breve
Ou quem sabe, nunca mais!
Que diferença faz?
E se fizer alguma, então dou um jeito
Pego essa dor num susto
Invento um ciclo secreto das palavras
E volto feliz feliz, a blogar desesperadamente!

Ciclos

A vida tem inúmeros ciclos que eu nunca soube respeitar.
São 28 dias para menstruar.
4 ciclos de lua.
9 meses para nascer.
E às vezes, anos para deixar alguém partir.

Nunca respeitei meus ciclos.
Passo por cima do meu corpo
Inundo a mente com idéias
Para não pensar o agora, só no agora

A solidão da doença
A dor insuportável
Me forçaram a ver

Não é a terapia
Não é o namoro
Não é o concurso público
Não é a TV

Meu eu está caindo os pedaços
Simplesmente porque finjo não precisar dos ciclos
Do ciclo de pensar para decidir
De viver para amar
De cuidar para ter saúde
Essa do corpo, da mente, do coração

Estou agora desintoxicando
Dos mil remédios de dor
E adotei os chás
As essências
Como novos aliados

Me dou conta que
o calafrio da abstinência
é também de saber
que o meu ciclo de mudança
é lento
é quase imperceptível
é solitário
e é mesmo quase inútil

Mas a dor da doença
Não tem volta
E despertou em mim
As ganas de ser outra
A mesma eu
Mas de alguma maneira
Num ciclo que preciso ainda descobrir
Ainda nessa vida, nesse tempo de ser