29.8.10

Coisas que aprendi aos 37

1 - Quando se vive um ano pensando no ano seguinte, não se vive;
2 - Eu nunca mais vou fazer matrícula numa academia de ginástica
3 - Eu devo falar menos de mim, aliás falar menos e ponto;
4 - Achei que fosse disciplinada, mas é mentira; eu sou obsessiva: bem diferente;
5 - Achei que soubesse viver sozinha mas é mentira: eu preciso de pessoas que amo (e me amam de volta) ao meu redor)
6 - Tenho medo de morrer;
7 - Tenho medo dos meus amados morrerem antes de mim;
8 - Tenho medo.
9 - Se antes dizia nunca ter sonhos, agora tenho tantos que nem cabem em mim!
10 - Sonho em realizar sonhos;

26.8.10

O Nome do Sol

Our sun doesn't really have a name.
The word "sun" is a term that can refer to any of trillions of stars.
So I'd like to propose that you come up with a name for it.
It could be a nickname or a title, like, "Big Singer" or "Aurora Rex" or "Joy Shouter" or "Renaldo."

I hope this exercise will get you in the mood to find names for a whole host of other under-identified things in your life, like the mysterious feelings that are swirling around inside you right now, and your longings for experiences that don't exist yet, and your dreams about the elusive blessings you want so bad.


(http://www.villagevoice.com/ - VIRGO)

24.8.10

Setecentos e cinquenta mil inscritos

O problema do número não é a concorrência, mas a logística de um dia de prova com tanta gente!

Vamos começar um mantra!

que o meu local de prova seja:
arejado, com banheiro que tenha descarga, papel, água,
e mesa e cadeira que não belisquem as pernas da gente,
e gente que não coma com a boca aberta ou espirre em cima do seu cabelo;
e fiscais que sejam atenciosos
e não gritem com ninguém,
e que não esteja nem frio nem calor,
e que minha cadeira não fique no sol a manhã toda,
e nem tenha aranhas subindo pela sua perna e você achando que é porque não se depilou e tem um cabelinho fazendo cócegas na calça,

e claro, fora isso:
que tudo que eu sei,
eu me lembre,
e tudo que eu me lembre,
caia na prova,
que tudo que caia,
não seja anulado

e também
que eu passe entre os primeiros chamados
e os chamados sejam empossados
e os empossados entrem em exercício
e que o exercício comece em fevereiro de 2011!

amém!

23.8.10

A paixão, o que faz?

Tem uns dias que matuto sobre essa coisa da paixão.
A romântica, especialmente.
É um surto fisiológico, um tilt do sistema, sem dúvida.

Um coração humano, duvido, não aguentaria viver sob o estado contínuo da paixão:
rubor nas faces, palpitações, tremedeira dos joelhos, falta de ar.
Viver isso todo santo dia que o seu amado abre a porta de casa, seria uma vida mínima.
Puft, morta aos 20 anos.

Mas, lá no fundo, inventei essa teoria para justificar:
faz um tempão que não me apaixono.
Ou isso, ou não me deixo apaixonar?

Justifico também que a paixão é uma coisa um tanto juvenil -
no auge da idade da loba, virei gata escaldada:
não é o medo da água fria: o fato é que eu já sei aonde essa estrada vai dar.
E aí, dá mesmo é preguiça.

Apesar de tudo, não sinto saudades das sensações da tão famosa paixão romântica.
Até porque, já aprendi a reproduzi-las em outros departamentos da vida: o famoso sublimar, conhecem?
Funciona. Ô.

A saudade que sinto é uma outra.
Que por enquanto, é bem mais complicada de matar.
É que envolve a paixão imatura, inconsequente.
Mas tem muito mais a ver com amor.

E o amor, o que faz?
Ou melhor, como fazer sem ele?

17.8.10

Interrompemos nossa programação para o horário eleitoral

Assisto agora o horário obrigatório da propaganda política.
Sem entrar no mérito do conteúdo de cada candidato à presidência, quero ponderar alguns aspectos técnicos dos programas:

Serra -
O candidato está amarelo, o programa inteiro está amarelo.
O pessoal da ilha de edição precisa suavizar a mão na correção de cor.
Cenário bonito e funcional; complicado de ler as legendas, a fonte escolhida é sem serifa e pequena demais.
Boa ideia de deixar o crédito Serra Presidente o programa inteiro.
Quem foi que escreveu o texto? Gostei. Talvez um pouco informal demais, mas a voz do off tava ótima! A melhor coisa do programa todo.
Serra tá quase simpático, já já ele pega o jeito.
Boas imagens de hospitais, hospitais, hospitais...
Mas, vai uma dica: identidade própria, sem imitações, please! Se o dinheiro é pouco, melhor pensar soluções mais baratas e mais eficazes que tentar a mega produção...

Marina -
Esse excesso de modéstia vai acabar com ela: a candidata só aparece no finalzinho do VT! Grande erro estratégico. Para quem não conhece o rosto, difícil saber quem é ela.
Imagens lindíssimas (de arquivo - será que ela realmente comprou o direito de uso?) com a voz da candidata.
Impossível de ler a legenda, fonte pequena demais.
O texto foi mal escrito, mal editado. E com informações duvidosas: "os mares vão subir 7 metros"...hmm, e daí?

Plínio -
Ótima vinheta de abertura, mas talvez de mau gosto demais para os mais conservadores.
Solução excelente de cenário com o candidato muito à vontade, falando claramente, texto bem redigido. A melhor luz de cenário, ótima escolha de figurino.
O pouco tempo comprometeu o candidato.

Dilma -
Tem dedo de Duda Mendonça em tudo: imagens belíssimas, excelente edição de imagem, texto bem redigido.
A candidata começa nervosa e claramente lendo o TP (teleprompter); e houve erro gravíssimo no primeiro figurino: a mulher já tem pouca estatura, um casaco com aquela gola? Feio.
A imagem do Lula funciona como provável quebra-gelo: ver e ouvir o Presidente falando é o melhor abre-alas para Dilma.
Os dois apresentadores (brancos e paulistas) nos lembram aonde são feitas as campanhas políticas: não ficou legal, não. Acredito que a apresentadora negra precise de mais tempo no video nos próximos dias.
A voz do off está pomposa demais, paulista demais, oficial demais.
O banco de imagens é invejável. A câmera e a luz estão excelentes.
Achei o jingle apelão pra caramba. Chamar a Dilma de mãe do Brasil, forçou um pouco, né?

Impossível decidir um voto assim, vendo candidatos produzidos e embrulhados em minutos de pouco conteúdo na televisão.
A democracia no Brasil tem o aspecto eleitoral como um joguinho de tabuleiro: ganha o mais esperto, o que já brincou mais vezes, o que tem mais amigos pra ensinar as regras...
Mas pelo menos, é mais divertido que Jornal Nacional.


14.8.10

Aniversário de Rainha

Querida Afilhada,

você é a rainha do charme.

O brilho dos seus olhos cinzas, fazem todos se ajoelharem perante sua alegria e seu enorme sorriso de cinco dentes.

Sua pele branquinha, seu cabelo fininho, você é uma verdadeira Rainha-biscuit!

Mas como toda realeza que se preza, os dotes físicos são parte, mas não o todo:
Você é engraçada. Conversa com todo mundo. Está sempre prestes a dar um grande sorriso de cinco dentes. E nunca recusa uma refeição.
Tem um inteligência aplicada ao que lhe convém: a velocidade na locomoção estilo "lagartixa" e a completa recusa em se desligar dos assuntos do reino para uma soneca vespertina.

Como sua aia de companhia, sei que ando um pouco relapsa, atendendo outras demandas. Sonho em um dia ter o tempo que vossa Alteza merece e demanda com longos passeios pelos jardins do palácio e viagens para reinos distantes, à beira mar, ou até na neve!

Ainda com pouco tempo, as nossas conversas são sempre longas e engraçadas.
Com sua simpatia e carinho, acolhe meus agrados com sabedoria - aceitando cada colherada, cada troca de fraldas e cada valsa que dançamos juntas!

Hoje você completa um ano no reino da minha vida.
E meu coração estará sempre às suas ordens, Majestade-biscuita!

Eu serei sempre a madrinha que sonha em ser sua Fada de todos os desejos ainda por nascer!
E que torce para estar ao seu lado em cada um deles, rindo e chorando,
Mas felizes para sempre no Reino Encantado das Afilhadas e Madrinhas!

12.8.10

Tá bom assim?

Teria que falar sobre essa assunto alguma hora.
Na verdade, essa nem é a melhor hora, mas tem umas coisas que ou a gente faz na hora que dá vontade, ou acaba por não fazer.
E eu quero falar sobre televisão pública, acesso à comunicação, mídia, jornalismo. Um por vez, calma.

Minhas ideias são bem organizadas, o difícil é colocar no papel. É que é bem mais fácil fazer um debate desses numa mesa de bar, de preferência com cerveja gelada (ai, que saudades!) e gente inteligente ao redor.

A televisão brasileira é pública.
Está na Constituição. Ela é assim porque é uma concessão do governo.
Ou seja, o cara não manda no canal, está lá substituindo o poder público, que concede o direito de explorar aquela fibra ótica, aquelas ondas de rádio.
Em retorno, é obrigado a cumprir as regras: priorizar a educação, a língua e a cultura nacionais. Tudo isso, na nossa Carta Magna.

E daí que é óbvio que a televisão que a gente assiste em casa não tem qualquer caráter público - não educa (a não ser que você sonhe em aprender horrores com o Faustão), não prioriza a cultura nacional (na Constituição fala-se de culturas regionais, inclusive); sem mencionar todos os outros conceitos que norteiam a palavra público - do povo, das pessoas - nós, os cidadãos é que deveríamos controlar a mídia. Literalmente.
Estar nos conselhos de diretoria, de conteúdo, de criação.
Nós somos a televisão porque é a nós que ela tem que servir.
Como os hospitais públicos. Como as escolas públicas. Pagamos impostos para a Rede Globo funcionar!

Por sorte dos nossos governantes (25% dos senadores possuem concessões de rádio e televisão no Brasil), a população ainda não entendeu que isso é um DIREITO.
Para o direito à saúde e educação por exemplo, há mobilização social.
Aliás: a própria mídia estimula o povo brasileiro a lutar pelos direitos a escola e hospitais!
Por que será que a televisão não fala sobre a televisão?
Por que não há um TV ESPERANÇA no lugar de CRIANÇA ESPERANÇA?

Nós somos ignorantes dos nossos direitos básicos.
Tanto que não entendemos que o direito à informação, É BÁSICO.
Acessibilidade a conteúdos que nos eduquem, nos estimulem, nos instiguem a ser um povo melhor é obrigação do Estado.
Que, por lei, é representado pela Globo, SBT, Record...

Da próxima vez que assistirem ao Bonner e à Fátima, duvidem:
Eles estão te explicando pra te confundir.

Assistam a seguir:
Por que nossa lei de imprensa foi revogada?
O que acontecerá sem os diplomas para exercer o jornalismo?
Quem nos representa no Conselho de Comunicação para regulamentar uma nova legislação?

8.8.10

No meio

Semana Um
- cronograma feito, matrícula paga, início da reta final. Onze semanas.
medo, ansiedade, dor nas costas, euforia, esperança, total concentração. engordei.

Semana Dois
- cronograma atrasado, aulas longas e cansativas. cancelei a academia.
ansiedade, dor de cabeça, concentração absoluta, fé. emagreci.

Semana Três
- joguei o cronograma no lixo e fiz um novo. matei aulas improdutivas. comprei dez sessões de massagens.
ritmo, dor nos braços, dispersão, sono atrasado. ansiedade. engordei.

Semana Quatro
- novo cronograma. matei menos aulas. comprei um horror de material.
ansiedade. zumbido nos ouvidos. concentração. insônia. emagreci.

Semana Cinco
- novíssimo cronograma. matei aulas. matei um dia de biblioteca. comprei homeopáticos para dormir.
ansiedade. palpitações. insônia. zumbido nos ouvidos. dispersão. medo. ataque de choro (no chuveiro). engordei.

Semanha Seis - em curso:
- fazendo o mais novíssimo cronograma.
não matarei aulas;
tomarei os remédios para dormir;
farei as unhas;
e meditações diárias;
tudo bem, acho que vou chorar no chuveiro...
estou com medo.
mas também resignada: é esse o caminho.
e quase a todo momento, tenho certeza de que estou fazendo tudo que sei e que posso.

O caminho está no meio. Estou no meio do Caminho. E sinto que este é o Caminho do Meio.




4.8.10

Perspectivas

Mulheres têm absoluta adoração por saltos altos.
Desde de meninas, assaltamos os armários das mulheres da família em busca dos saltos mais altos: com os pézinhos cabendo inteiro na primeira metade do sapato, fica impossível caminhar!
E lá vamos nós, pequeninas deselegantes, arrastando como chinelas, os saltos mais caros da casa!

Com a idade nos vemos "treinando" andar de saltos - esses já nossos, certinhos no pé, combinando com o vestido - um misto de equilíbrio com postura, delicadeza com astúcia.
Depois das primeiras festas, algumas pegam gosto. Outras, entocam scarpins no fundo do armário para dias de festas somente.

Aprendemos todas. Mas esquecemos da incrível habilidade que ganhamos com essa simples tarefa: a da perspectiva.

Escolhemos todos os dias de que altura vamos encarar o mundo:
sapatilhas para dias de pés no chão, plantados, serenos e firmes.
Saltinhos para saltar: dias leves, rápidos, de sol ou de chuva.
E SALTÕES! Para o equilíbrio perfeito, flutuando por esse mundo duro na pontinha dos pés!

Hoje, calcei minhas sandálias super azuis e altas.
Vistos (mais) do alto, os fatos ruins ficam menores, lá embaixo!
E ao chegar em casa e descer à altura do real, a sensação de aterrisagem é tão confortante.
De volta à Terra!
Câmbio, desligo.



2.8.10

A porta do Jardim

Vivemos de sonhos. Pequenos e grandes.
Sonhamos e fazemos alguns deles se tornarem metas.

Daí, um deles dá todos os sinais de que VAI ACONTECER.

Estou de frente ao portal mágico e um jardim lindíssimo, com todas as minhas flores favoritas e árvores de frutas que adoro.
Tudo do outro lado.
Acabo de ganhar a chave.
E já começo a achar que o tal jardim nem é lá tão lindo.
As frutas e flores, sei lá.
Aliás, era ESSE mesmo o jardim que eu queria?

Meu coração palpita.
É sim. É tudo que eu quis.
E a chave está bem nas minhas mãos.
Coloco-a na grande fechadura.
Vou começar a destrancar o meu jardim...