29.12.07

Fim de 2007

Eu nao vou fazer analise, medir, me despedir
Para mim, 2007 ja vai tarde. Um ano dificil, mas cheio de grandes presentes - o Enzo sendo o principal.

Acabo de decidir que vou passar o Reveillon fora da cidade. Ficar offline vai ser bom.

Retorno em breve.
Ate 2008.

Desejo coragem, amor e coragem para amar.

28.12.07

Flores

Eu continuo impressionada com a capacidade dos adultos de se manterem infantis por toda a vida.
Fico surpresa com a falta de coragem, com a covardia de se assumir.
As coisas mínimas se tornam impossíveis e de repente, dizer a verdade, falar do que vem do coração se torna a mais dolorosa tarefa!
Daí, mentiras, sumiços, atos imaturos.
Enfim.

Tiro a lição de não me deixar levar pela vida alheia.
E procuro cuidar da minha como um jardim que um dia me dará flores - que não mentem seu perfume, não disfarçam sua natureza. São assim, só flores.

27.12.07

Assassinatos e estudos

Depois de uma tarde intensa com as crianças, cai no sono sem nenhuma das dificuldades dos dias anteriores. E cedo!
Sonhei então, dois sonhos bem divididos:
parte 1 - eu entrava num hospital, um local imenso e cheio de corredores. estava acompanhada com um homem e uma mulher que já conheço na vida real, mas me fogem da lembrança agora, talvez para protegê-los. sim, porque nesse sonho, tínhamos revólveres calibre 38, e atirávamos para matar. eu matei inúmeras pessoas. entrava e saia de salas, escadarias, e atirava uma, duas vezes, até a pessoa cair no chão. muitos homens, a maioria era acompanhante dos doentes, dessa forma, eu não matava ninguém deitado em macas, ou em mesas cirúrgicas. e era divertido. ao mesmo tempo que eu ria, sentia a tensão de ser pega pela polícia. atirei em um homem duas vezes, e ele não morreu. olhou nos meus olhos, pegou a arma e sem soltar a minha mão, atirou embaixo do queixo. a língua dele caiu pelo buraco da bala. saiu muito sangue. eu escondi o revólver no bolso da frente do jeans e sai andando normalmente. a polícia me perguntou o que eu tinha no bolso - uma arma - eu respondi. mas no minuto que o policial virou o rosto, joguei a arma no lixo, passei pelo detector de metais e sai do hospital para um outro sonho.
parte 2 - aqui, eu estou me preparando para o início das aulas. estou nos estados unidos, o sonho é em inglês, mas o meu irmão está comigo. vamos até a casa dos meus pais americanos (que não é a mesma da vida real) e lá vemos os horários das aulas. chove e eu estou atrasada. ainda assim, entro numa loja e fico horas escolhendo a cor ideal para um guarda-chuva. ando por nova york sem saber a que horas e aonde devo estar para o próximo período de aulas. sem guarda-chuva, meus cadernos ficam molhados, meus cabelos e meu casaco. faz frio, tenho pressa, mas estou imensamente feliz. quando como na infância, faltassem poucos dias para a volta às aulas.

25.12.07

Presentear é coisa de mulherzinha?

Na minha casa, presentear é coisa pra mulher.
Tudo bem que cresci entre inúmeras tias e uma super mãe, mas ainda assim, não entendo a cultura que existe na minha família - que dar presente é coisa de mulher.

Se pensarmos bem, presentear só passou a ser possibilidade para a mulher quando ela entrou no mercado de trabalho, no máximo há um século atrás. É pouco para se ter transformado em obrigação, incumbência nas vésperas de Natal, aniversários, bodas...

O homem até então era o provedor; o marido que trazia o dinheiro, as compras, e claro - os presentes para a jovem dona de casa. Aliás, moço bom era aquele que presenteava a namorada porque além de mostrar o interesse amoroso, demonstrava o tamanho da carteira, que era um bom jeito de dizer que trataria a moça tão bem quanto ela era tratada na casa do pai. E se a intenção era séria, quero dizer, se o moço queria ir aos finalmente e se casar com a moça, os presentes passavam de flores a bombons, a pequenas jóias até a sonhada aliança de noivado. Se havia machismo na idéia de dar presentes em troca da atenção feminina, ele caiu por terra quando as mulheres começaram a corresponder não só com carinhos no escuro, mas também com presentes vindos dos primeiros empregos como telefonistas, datilógrafas, operárias...elas, nunca esqueceram essa demonstração de afeto, já eles...

Nada contra a modernidade das relações, mas ganhar presentes dos homens sempre foi um jeito de entender o apreço deles por nós. Me perguntou se o apreço diminuiu ou a preguiça se abateu de vez no sexo oposto. No final do século XX, as demonstrações de afeto passaram cada vez menos pelos presentes e lembrancinhas e cada vez mais pelos móteis. Entendam, sou super a favor de móteis, sexo antes do casamento, outros tipos de presentes que não os tradicionais de Natal...mas, me intriga o desinteresse do homem moderno pela tradicional demontração de sentimento: o presente de aniversário, de Natal, enfim.

Agora, as mulheres solteiras, casadas, mães, filhas - elas que se preocupam em perpetuar o agrado em forma de presentes enquanto os homens reclamam dos shoppings lotados, da falta de idéias (!!), da falta de tempo, de dinheiro, de saco mesmo. (logo eles que nasceram com um...)

Eu acho isso uma pena. Claro que sou bem treinada, gosto de presentear os homens da minha vida. Penso com carinho, sou criativa, gasto bem meu suado dinheirinho. E não esqueço uma ocasião sequer. O problema é que, admito aqui, eu adoro ganhar presentes, principalmente dos homens. Eu adoro pensar que aquela pessoa passou cinco minutos numa loja e escolheu dentre tantas coisas, uma que se parecesse comigo aos olhos dela. E é triste ver que, a cada ano que passa, ganho menos presentes dados por homens...

Meu pai não deu presente pra minha mãe, mas ela se lembrou de pedir pra mim, e eu comprei pra ele. Meu irmão não deu presente pra minha mãe, mas pediu pra dividir o valor do presente que eu escolhi pra ela, comigo.
Eu ganhei cinco presentes - Um vestido dos pais meus pais (que minha mãe escolheu) e um calendário 2008 com todas as fotos do Enzo (que foi idéia da minha cunhada e com certeza produzido por ela) e os outros três, ganhei de três amigas mulheres. Nenhum presente veio de algum amigo, primo, conhecido, que seja homem.

Notem, eu não tenho namorado atualmente. Por isso, a reclamação é genérica. Aliás, nem chega a ser reclamação...é mais uma observação dolorosa...
Sei lá, devia ser bom ganhar um presentinho de cada homem significativo na sua vida no século XIX.

Me pergunto sempre, se a humanidade esquece as coisas boas do passado só para continuar reclamando do futuro...

Oscar

Nesse Natal, concorri ao Oscar de melhor atriz

23.12.07

Intervalo

Prometo que volto depois do Natal, tipo dia 26 no mais tardar.

Até lá, muitos sonhos, muito álcool, muita vontade do ano novo chegar.

21.12.07

Lista para Papai Noel

querido Papai Noel, como fui muito boazinha esse ano, gostaria de ganhar os seguintes presentes (ou pelo menos começar a ganhá-los nesse Natal...)

uma caixa de ferramentas
uma pessoa que leve meu som pro conserto, pague e instale pra mim
outra pessoa que contrate um marceneiro para fazer a mesa do computador,
a cristaleira
a adega
e as prateleiras para livros e plantas
um sofá
um tapete persa
uma coluna nova
uma nova chance
ser a madrinha do Enzo
a saúde da minha mãe de volta
a vontade de trabalhar de volta
casar
ter filhos (ou pelo menos, uma filha, segunda a taróloga)
um kit de pincéis de maquiagem
uma massagem com aquele cheiro de flor de laranjeira
dias na praia - muitos
dias em casa - muitos
noites felizes - a de Natal não conta
taças de cristal
brindes
barriga tanquinho
mente confiante e tranquila
manter a fé por mais de 24 horas naquilo que realmente quero
o que realmente quero
e surpresas, várias delas, espalhadas por todo ano - grandes, pequenas, mas todas todas sensacionais

muito obrigada, um beijo e feliz Natal

20.12.07

Zunido

Tem uma cigarra morando na minha cabeça.
Ela entrou pelo ouvido direito, na noite de segunda feira.
Fiquei meio surda entre muitas latinhas de cerveja, ela aproveitou-se da distração
entrou rapidamente na minha cuca
e agora zune, zune, zune....
aquele gritar contínuo, ininterrupto de quando está prestes a explodir

Limpei de leve com cotonetes, o ouvido direito
Passei ferro quente na toalha felpuda, deitei em cima
Joguei vinagre lá dentro

A cigarra zunindo na minha cabeça
Parece calar durante o dia
Entre tantos outros canteres, zunidos, ruídos

É à noite, com o corpo cansado e o sono chegando
quando deito do lado direito, ou do lado esquerdo
que ela chia, canta, zune, alto, sem parar sem parar sem parar
até, exausta de pedir para ela calar
durmo surda dos outros barulhos
ouvindo só a cigarra que chora
na minha cabeça, do lado direito

19.12.07

Cinema infantil

Põe as cadeirinhas no carro, põe a Mariana na cadeirinha, põe o Pedrinho no meio, põe a Clarinha na outra cadeirinha. Põe a mochilinha com roupas, fraldas e chupetas no banco da frente. Tira a Clarinha da cadeirinha e sobe pra trocar o cocô. Abre o chiclete pro Pedrinho, tira o chiclete mascado do vestido da Mariana, abre a caixinha de balinhas pro Pedrinho, põe a Clarinha de novo na cadeirinha. Dirige devagar, cantando músicas de Natal.

Estaciona, põe a mochila no capô do carro, tira a Mariana da cadeirinha, tira a Clarinha da cadeirinha, o Pedrinho não precisa de ajuda. Dá a mão pra Mariana e pra Clarinha, o Pedrinho dá a mão pra Clarinha, olha com cuidado pra atravessar a rua. Vamos pra fila do cinema, o filme tá na sala sem ar condicionado, tá ventando com jeito de chuva, o filme não tá lotado, compro duas meias e as meninas não pagam porque são menores de 4 anos. Vamos pra fila das balinhas. Uma de uva, uma de morango, uma de menta. O Pedro não gostou da menta, volta pra fila pra comprar outra de uva. A Mariana tá com o dente roxo de uva e não consegue desgrudar a bala e chora. A Clarinha comeu a bala com papel. Entramos na sala. Está mais quente do que eu imaginava. São quase vinte minutos de trailler. A Clarinha pergunta 100 vezes - cadê a abelhinha? - a Mariana pergunta 200 vezes - pode engolir a balinha? - O Pedro em silêncio se concentra no escuro. O filme começa, a Clarinha dorme, a Mariana chora, o Pedro em silêncio assiste as abelhinhas animadas. Pego a Clarinha no colo, ligo pra mãe da Mariana, morro de calor na poltrona. Finalmente as abelhas vencem os humanos e podemos sair do forno. Lá fora tá fresquinho o Pedro quer dar um volta no Pier. Anda sem dar as mãos, se perde de mim e chora. Pego o Pedro no colo, solto a mão das meninas, a Mariana chora. Ponho o Pedro no chão, dou a mão pra Mariana, entramos na fila do sorvete. Cada um com seu potinho, sentam no meio-fio do meu lado, cospem os chicletes grandes demais na minha mão. Jogam os potinhos vazios no lixo, andam por aí, começa a chuviscar. Todos de mãos dadas, vamos atravessar a rua pro carro, a Mariana solta minha mão, dispara a correr, a Clarinha tropeça e cai, o Pedro cruza a rua sozinho. Tudo se resolve.

Põe a Mariana na cadeirinha, põe o Pedro no meio, põe a Clarinha na outra cadeirinha. Põe a mochila no banco da frente, abre os vidros pra entrar ar. Dirige com cuidado cantando música de Natal.
Estaciona na frente, tira um por um, tira as cadeirinhas, pega a mochila, sobe as escadas segurando as mãozinhas, todo mundo no elevador, todo mundo dentro de casa.

E entre tudo, e tudo no meio, e no meio de todos, as gargalhadas, as conversas, os afagos, os beijos e abraços com cheiro de morango, uva, menta e amor.

Isso sim é Natal.

ps - as janelas do carro ficaram abertas. O dilúvio da noite entrou carro adentro.

18.12.07

Homens

Marquei com dois amigos lá em casa ontem.
A idéia era assistir Borralho e tomar umas.
Sim, essa era a idéia, mas não foi bem assim.
Os dois beberam 6 ices e 2 garrafas de vinho - eu, 6 latinhas de Skoll.
E aí, claro, a conversa migrou de cinema, arte, religião, para
Amor

E eis que me surpreendo com a fragilidade masculina
Sim, amigas! Há homens existencialistas, incertos como nós!
Em tudo, somos idênticos:
nas imaturidades, egoísmos, nas tristezas e receios
E no amor
Somos mesmo seres da mesma espécie, não há ninguém de marte ou vênus

Carentes, inseguros,
Totalmente entregues e apaixonados
Os homens são como as mulheres quando o amor é maior que tudo
Quando tudo que importa é tudo dar certo

Porque como nós, não sabem - e quem sabe? - gerir o sentimento no turbilhão da vida
Olhar no outro sem expectativa de ser amado igual, exato
Não sabem, não entendem, não aprendem - como as mulheres - que mesmo com tanta experiência nas outras histórias, cada uma é única e, se isso é bom e novo, é também como arrancar a casquinha da velha ferida

Como nós, pensam demais, questionam demais, se iludem demais. De um jeito diferente, mas que vai pro mesmo caminho, os homens buscam o mesmo - a relação de amor serena e apaixonante com aquela pessoa que está no mesmo passo, no mesmo sentimento, no mesmo amor.

Sim, meninos! Entendi tudo!
Que bobagem a minha fugir do amor!
Olhando aqueles homens, me perguntei a quem interessa tanta explicação, tanto entendimento?
Se o que importa mesmo é viver o amor - dolorido e confuso, inexplicavelmente frágil
e incrivelmente sensacional - quando presente, intenso, real

A cama girando, a cabeça pensando, dormi sem sonhar...

17.12.07

amigos K-boa

eu detesto amigo oculto. não entendo a idéia de ser sorteado um nome pra você escolher um presente dentro de um valor e no dia combinado ficar falando bem da pessoa pros outros.
gosto mesmo é de comprar um presente quando tô pensando muito em algúem.
ou quando, na rua, passo por um objeto que tá escrito o nome da pessoa - não me interessa a data.
gosto de dar presente no aniversário da pessoa, não no de jesus.
falo bem das pessoas, claro. mas em geral, prefiro demonstrar meu afeto olhando no olho da figura, com um beijo, um abraço, uma boa conversa...não preciso de festinha pra falar bem de quem quero bem...e dispenso a platéia.

não sou de muitos amigos. sou intensa demais, não consigo administrar muitas relações íntimas. amigo pra mim é intimidade. não sei me dividir em tantas partes com tanta gente. amigo, não escolho, eles pulam aos meus olhos e ficam lá. às vezes pra sempre, às vezes por uma curta temporada da vida. mas, sempre essenciais. para mim, eles não podem ser ocultos. gosto das coisas, das pessoas, dos sentimentos às claras. alvejados com K-boa.

15.12.07

Recadinhos para o meu signo

"By accepting the idea that you are the effect of a subtle buffeting between hereditary and societal forces, you reduce yourself to a result.

The more your life is accounted for by what already occurred in your chromosomes, by what your parents did or didn't do, and by your early years now long past, the more your biography is the story of a victim."

What I'm trying to tell you, Virgo, is that it's a fine time to rebel against your genetic heritage, your upbringing, and your conditioning. Imagine a life for yourself in which you don't believe that those factors control what you're capable of.

14.12.07

Ajuda

Ontem uma amiga pediu ajuda para uma coisa prática da vida.

Ela decidiu morar fora, queria umas dicas, umas opiniões, uma forcinha nas pesquisas.


Ficamos horas na internet. Achamos muitas coisas legais.

Contei várias histórias que vivi lá fora.

De repente, me dei conta que quem me ajudava era ela.

Sentada ali, ouvindo atenta meus casos, os olhos brilhando de expectativa, ansiedade.


É bom olhar pra trás. Ser referência para alguém.

Principalmente, é bom ver o passado como parte de quem eu sou hoje.

Tive um súbito orgulho de ser como sou e de fazer o que fiz

- de voltar para o Brasil, de pedir demissão em São Paulo, de não seguir com um noivado que não era para ser casamento, de morar com meus pais, de ter um carro popular...

Toda pequena e grande decisão que tomei, me colocaram aqui na frente desse computador


O que deixou de acontecer teve um peso grande em quem sou. Mas o que aconteceu porque eu quis, teve mais peso ainda.


Tenho mais fé

Menos angústias, expectativas


Eu sou mais coração



Fim de ano

Não sei se é pra todo mundo, mas tem um quê de tristeza nas comemorações de fim de ano.
Eu fico assim, com um aperto no peito.
Olho na chuva, as famílias acampadas em casas de papelão
O shopping center lotado de consumidores de afeto
Luzinhas nas janelas
Presentes, festas, pessoas festejam
Tudo um pouco melancólico

Tem um tanto de despedida em todo reencontro?

No final do ano
É um tempo de ver que o tempo passou rápido
Mas que tem muita coisa pra vir

Sim, um risquinho de esperança
De espera
Mas também, uma vontade de silêncio


Será o primeiro Natal do Enzo
Talvez o último do meu avô
Será mais um na minha vida
A minha vida
Que passou pelos meus olhos descuidados

Mais um ano
E mais um
E mais um

13.12.07

Previsões

Estou me achando ridícula porque paguei uma estranha para falar de mim olhando umas cartas.
Com excessão de um detalhe, nada que ela disse me surpreendeu.
Sim, a fase é conturbada e 2007 foi um ano difícil.
Claro, minhas energias estão fracas e preciso recuperar minha força.
Eu sei, 2008 será um ano movimentado.
Viagens? Exterior em agosto
Estudos? Volta à vida acadêmica em dois anos.
Filhos? Han han, uma garota. Mas vai demorar - ah, tá, pensei que fosse fazer um tipo ... hoje!
Caminhos abertos para o ano que vem para tudo.
Pois é... e menos 120 reais na carteira!

Bateu uma tristeza, uma deprê.
No Templo, até chorei na meditação (só no começo, porque depois de um tempinho meditando, é impossível chorar!)
Por que sou tão infantil com as coisas?
Estou cansada de saber que a vida tem esses momentos difíceis
de espera, de tensão, de ficar quieta e esperar o mundo girar...
não adianta correr contra o tempo, não adianta antecipar nada.
Mas, mesmo assim, tenho essa vontade de que tudo seja um sonho bobo
Acordar e tudo estar como quero que esteja...

Fiquei mal com essa história.
Talvez porque me senti uma burra
Talvez porque eu já saiba de tudo, mas fico fingindo que tá tudo bem...
Talvez porque nada está bem
E há pouco que eu possa fazer
Que não esperar esperar esperar

(e é essa parte que eu acho tão difícil, tão insuportável, tão dolorida...)

ps - e meu ano será o de 2009 - e dá-lhe espera!

12.12.07

New York Times

Essa foi a primeira matéria publicada pelo Alexei com a minha ajuda como tradutora de entrevistas. Espero que não tenha sido a última.

E me deu o gás que eu precisava para me perguntar - que diabos estou fazendo da minha vida?

Nunca pensei em trabalhar em impresso, nunca pensei em ser uma jornlalista de verdade.
Mas estar ao lado de alguém tão comprometido, tão envolvido e apaixonado pelo trabalho, mais uma vez, me calou na minha mediocridade de emprego de meio período com dinheiro suficiente para pagar as prestações.

Estou cansada de me conformar com uma situação que eu mesma me coloquei.
E está passando da hora de reavaliar minha vida profissional. E eu não estou falando de concurso público, estou falando de fazer o que quero.

11.12.07

Tarô

Não resisti. Marquei uma vidente pra amanhã à tarde.
Não é possível que a maré de azar se perpetue, mas em caso afirmativo, melhor saber com antecedência.

Fui a uma astróloga em dezembro de 2002. Achei a fita cassete outro dia nas minhas coisas. Nossa, ela errou tudo - viu que eu me casaria o ano passado, que minha profissão me levaria a muitas viagens (há quatro anos não tiro a bunda da ilha), ai ai...
Mas o bom dessas pessoas é que elas sempre falam o que a gente já sabe, mas tem medo ou vergonha de admitir.

Como, ultimamente tudo que vier é lucro, manda ver! A brincadeira vai custar 120 reais.
A seguir cenas...
Agora, deixa eu cuidar da minha coluna que a bichinha não tá feliz não...

8.12.07

Celebrações


Hannukah é o feriado judaico dessa época do ano.

Eles comemoram por oito noites a vitória de um pequeno exército judeu contra um grande exército sírio na segunda retomada do Templo Judeu em Jerusalém (200 dC).

Diz-se que o templo cercado tinha uma lamparina a óleo de oliva que deveira ser trocado a cada noite, para a luz nunca se apagar. Com a guerra, era impossível chegar até a lamparina para trocar o óleo. Ainda assim, a luz ficou acesa pelos oitos dias de lutas quando finalmente os judeus retomaram o Templo e inseriram novo óleo.

Assim, atribuem a um milagre a Luz que se manteve; e os judeus de hoje acendem oito velas em um candelabro especial chamado Menorah para lembrar o milagre do óleo daquele Templo e a vitória sobre o sírios.


O feriado é móvel (como o nosso Carnaval) e esse ano, Hannukah começou dia 5 de dezembro.


Cada vela possui um significado


Primeira - Luz

Segunda - Conhecimento (ou sabedoria)

Terceira - Justiça

Quarta - Piedade

Quinta - Santidade

Sexta - Amor

Sétima - Paciência

Oitava - Coragem


Os judeus acendem a vela ao entardecer e pensam no significado dela em suas orações daquela noite.

Hoje é o dia da vela da Piedade - e é importante não confundir com pena... para mim, piedade é o profundo exercício da compaixão - que é a mais profunda forma de amor.

Hoje é a noite de pensar em tudo e todos que precisam da sua Piedade. Do seu "tá desculpado", do seu "tudo bem, deixa pra lá"... do mais nobre dos sentimentos, tão essencial para sermos humanos - a aceitação de que o outro erra, de que o outro precisa da nossa compreensão.
Mas que a Piedade nasça de um sentimento de amor, de carinho, de entendimento do próximo. E não do outro lado, o da mágoa, do sentimento de superioridade, de vingança. Porque a Piedade não é consequência do desprezo. Ela é causa direta de sermos humanos e capazes de ver, nos olhos do outro, o espelho da nossa própria alma.
A piedade é o outro lado da moeda da compaixão - que sempre esperamos nos olhos dos que nos olham de verdade.


(dedico esse post a todos que já me causaram mal e jamais me pediram desculpas, àqueles que sabem o que fizeram de ruim e seguiram seus caminhos sem me olhar nos olhos. Não que eu tenha a pureza da Piedade, mas já posso dizer que sim, estão desculpados.
Aqui eu também peço desculpas àqueles a quem causei algum mal e não vi a urgência de pedir perdão. Se não for tarde, me desculpem. Talvez só o agora seja um bom momento para a prática da compaixão...)

6.12.07

Work work work

It´s fun to be around someone who loves his job
It´s fun to watch someone so into it he forgets the real world
It´s fun to realize how much I´ve got to learn
It´s fun to speak in English and in Portuguese
It´s fun to make good money
It´s fun to get out of the same old work routine
It´s fun to realize how much I love what I do
How much I love meeting different people
How much I love who I´ve become
It´s a relief, after all this tough year
To have had such a fun time!

5.12.07

Palavras de consolo

nossa - jura - não sabia - que pena - que nada - que chato - que burro - que perda de tempo - que bom - bom pra você - bom... - melhor assim - melhor que infeliz - melhor que mais tarde - melhora logo - logo passa - tudo passa - passa, sim - fiquei passada - fica tranquila - não fica triste - não fica assim - não fica sozinha - não durma demais - não chora - não se isole - não coma muito - não faça nada que você não queira - não tem nada não - acontece - é assim mesmo - você merece coisa melhor - ele não te merece - você é muito ansiosa - ele é muito calado - você é muito preocupada - ele é muito inseguro - a culpa não é de ninguém - cada um tinha que fazer a sua parte - parte pra outra - bola pra frente - a fila anda - o que é seu tá guardado - não era pra ser - reza - pensa - medita - faça promessa - tenha paciência - entrega pra Deus - Deus te poupou do pior - isso é um sinal - ele tinha outra - você tinha outro - bom saber - solteira de novo - bem vinda ao clube - e hoje vai fazer o que - se mata de trabalhar - se mata de beber - se esconde no cinema - vai viajar - vai ao shopping - vai ao spa - vai malhar - vai tomar sol - vai ler - vai cortar o cabelo - vai pra festa - vai beijar na boca - vai embora da cidade - vai ficar solteira - fica bem - fica serena - fica na sua - fica com todo mundo - o mundo dá voltas - o mundo todo já sabe - todo homem é igual - homem é tudo criança - era tudo que poderia fazer - todo fim é ruim - o fim é o começo de tudo - o fim veio pra ficar - o tempo dirá - tempo, tempo, tempo...
(depois de três meses ouvindo tantas palavras de consolo: obrigada! estou bemm melhor agora!)

3.12.07

International thoughts

It is funny since I put up histats, I've realize how great a tool a blog can be!
On my statistics, this blog is seen everywhere - probably by mistake, of course -

Anyhow, it is lovely to be somewhat international ...
it gives me back the new yorker feeling I've felt once living in the big apple some six, seve years ago.
The idea that I could mix with all nationalities and actually belong somewhere was such an overwhelming feeling that it ketp me there for six years - not that I didn't miss Brazil and my family - but the power I've gained from reinventing myself stayed with me to a point where now I can admit - I can re-create myself no matter where: it is not a question of where I live, but a matter of what I want to be. True, it took a while for all this to settle in my head (and soul) - still, living abroad and in New York City was one of the best thing I could give myself. And, coming back was the second one for I've regreted the way I left, but not the whys.
I am now back in Brasilia for four years and half. Time flies, yes. But I don´t see myself moving abroad anymore...well, unless an excpetional opportunity of love and fame crosses my path. Though I´d love to travel more and more to weird places in the world and hopefully I will be able to soon.
Anyway, moral of the story is - the travel bug bit me long time ago, its poison runs in my veins, but so far, I haven´t died of it. Better still, I´ve been ablte to stay still in my hometown, have a calm, nice life and dream about great great trips around the world in this lifetime.

(thanks to all out of Brazil readers - or accidental readers, I should say...hopefully you guys can read at least this one post, huh?)

1.12.07

Festa

Não tem jeito.
Desde as primeiras festinhas na sala da minha casa
até hoje, Holiday é a melhor música!
Antes, pra esquentar as turbinas,
Hoje, pra rir de mim mesma, esquecer as coisas sérias
E balançar o esqueleto antes da noite começar!

Let love shiiiiiinne
And we will fiiiiind
A way to come together
Can make things better

(aliás, esse clipe é hilário! Reparem no homem de pijamas e touca atrás da Madonna,
a iluminação primorosa do set, o suor no suvaco no mocinho...muiiito bom, muito bom!)