30.7.08

Muda

Quando é intenso, fico muda
Se sinto mais, penso menos
Quanto mais medo, mais euforia
E já que eu não esperava
Aconteceu assim
Desse jeito das coisas serem pra mim
Rápidas, rasteiras, festeiras
Felizes e Fim!

28.7.08

Ida

Dentro do avião, Marquinhos liga. Estava lá fora, mas o pessoal não deixou ele embarcar.
A chegada em Fortaleza foi com muita, muita chuva.
Enquanto esperamos no aeroporto, olho o céu cinza-escuro.
Com uma hora de atraso, pegamos o ônibus Redenção com destino à Jijoca, seis horas dali. A chuva parou, mas o ar úmido é abafado. Bem cara do Ceará.
O ônibus pinga em toda quina, paramos para um lanchinho safado às 22h. Jijoca aparece já dava uma hora da manhã.
Pulamos do ônibus para a Jardineira - bagagens em cima, passageiros nos bancos de fibra do caminhão reformado.
Vamos cruzar o Parque Nacional - agora com uma auto-estrada. Uma hora de chacoalhar e zunido. Fome e sono e tudo junto até a beira mar. Chegamos à Praia do Preá e dona e seu filhos abraçam sorrindo a avó e a sobrinha. E daqui seguimos pela praia. A lua cheia que reflete no mar, deixa tudo azul-feliz. Me dá uma alegria funda. O sorriso enche o olho de lágrima do vento que bate com força. Vejo estrelas, espumas, dunas.

27.7.08

Bons Ventos


Vou contando aos poucos aqui, tudo que os bons ventos levaram para Jericoacoara.
Por agora, esta foto roubada da internet...os windsurfers, ai, ai...

17.7.08

Bagagem

Estou pronta como há tempos não estava.
Tirar tudo das tomadas, fechar o gás da cozinha.

Sem acesso à internet
Celular sem sinal
Decidi também deixar o livro técnico sobre cinema (obrigada, Alex!)

Estou com desejos intensos de tudo!
E como há tempos, não estou a fim de pensar em nada!

Parece que todas as viagens que fiz até aqui, eu era café-com-leite
Só agora
Só nessa vez
Eu tô no jogo pra valer

E estou adorando!

16.7.08

Passos

Assim, sem avisar nada
Você veio pros meus braços
Riso largo
Passos duros
E caiu no meu abraço!

Se soubesse, se soubesse
O sorriso no meu peito!
Um passinho e mais um outro
Não tem troco, esse presente!

Sigo atrás e com cautela
Um temor maior que o seu

Uma sombra sem recortes
Caso a queda assuste o passo

Estou aqui, no meu silêncio
Mas se caso o choro vem
Não duvide, Bijuzinho
O meu amparo, você tem!

E nesses passos do começo
Do começo da vida sua
Da sua vida tão longa
Que sonho tanto em estar
Estarei sempre na sombra, Enzinho
Pr´a nas quedas te aparar!

15.7.08

Dores

Estou com uma dor chata no estômago.
É um misto de porcaria que ando comendo na rua
E a expectativa de uns dias de descanso.

Estou com dor nas costas, das horas no computador

Dor nos pés, de caminhar, procurando um lugar pra chegar
Nos olhos, de olhar longe e não ver o começo

Estou com dor no peito, pensando em pessoas queridas
Sentindo a falta dos que estão longe
E longe do coração

13.7.08

Jeri




Eu sei que ainda tenho a semana toda. Mas sábado estarei olhando pro mar. Só isto, já me basta.

O hibridismo

No meu workshop de dança do ventre, aprendi um tanto sobre o Egito - o meu país de origem na outra vida.
É uma sensação muito boa me sentir totalmente ignorante sobre um assunto
Porque é um desconforto, mas ainda assim, fascinante -
Me dar conta de que ainda tenho tanto a aprender, sobre tantas coisas, me dá vontade de correr atrás do tempo perdido
E ao mesmo tempo, de respirar fundo o presente e tudo que a vida tem me dado de mãos beijadas.
Abraço tudo e levo pra debaixo das cobertas.

...

Novas pessoas têm entrado na minha vida - Atuar numa área diferente no trabalho, o Budismo, as aulas de Dança do Ventre.
Em todo lugar, me deparo com o hibridismo de cada um -
Uma dondoca com filhos de vários maridos; um desenhista businessman; uma bailarina doutora.
Sou assim também. Não me encaixo em segmento algum, sou híbrida demais.
Tenho experiências mistas e vivências paradoxais. Não tenho mais como ser rotulada.

Sou livre para ser quem sempre fui. Finalmente. Agora, me vejo como sou, sem qualquer cobrança pra caber que caixinhas pré rotuladas.

...

Quem me rodeia, me transforma, mas não me transtorna.

10.7.08

Faço e refaço

Lembro e esqueço
Anoto e apago
Durmo e amanheço

Ligo e desligo
Apago e acendo
Sento e levanto
Danço e deito
Penso e falo

Almoço e janto
Sonho e acordo

Mas não amo
Em nada, amo
Por nada, amo
Ninguém amo

7.7.08

Aonde? O que?

Não consegui trabalhar,
Se estou conversando com alguém, rapidamente me perco no novelo de pensamentos
Cheia de coisas pra ler e reler
Vou para casa e não faço nada - nem comida

Não consigo meditar,
A mente cheia de sonhos, sono, a perna formigando.
Depois, falo sem parar, das coisas boas das vidas alheias
E como sem parar
Pra minutos depois me dar conta que exagerei em tudo

Minha dispersão está me assustando um pouco
Pois não me sinto cansada,
Nem com sono,
Nem nenhuma nova tristeza

A minha vontade vem e volta naquilo que estou fazendo
Tipo agora, eu queria estar vendo TV
Mas, se páro de escrever aqui,
Não quero olhar a telinha!

E muito pior que antes
Nem consigo ficar parada
Esperando o tempo passar!

6.7.08

Oferta

`As vezes, o que tenho para oferecer surpreende até a mim mesma
Mas, senão posso fazer e ter exatamente como quero

Aceito ser o que é possível no presente.

Neste exato momento
Eu sou somente o que posso ser
Ou pelo menos,
O que o outro quer que eu seja

Não é resignação ou conformismo
Simplesmente, as coisas como elas são

5.7.08

Um brinde `a lei seca!

Com essa coisa de não se poder tomar um copo de cerveja e sair por aí dirigindo,
A burguesia brasiliense está em polvorosa!
Agora, ninguém mais dirige totalmente embriagado ...
Como se antes, isto não fosse problema!
Na verdade, a lei mais rígida faz na prática, o que a outra lei já deveria fazer -
coibir e punir a combinação álcool e volante.
Até aí, minha opinião nem é relevante.

O que quero deixar aqui é meu fascínio pela repercussão da tal lei
As pessoas estão falando nos bares - tomando refrigerante, claro -
Nas festas, no trabalho.
Todo mundo tem um achismo sobre a radicalização do que é proibido.

Para mim, o mais incrível é que todos estão realmente preocupados em como fazer para cumprir a lei!
Isto, sim é raro.
Há tempos não ouço tanta reclamação, controvérsia -
mas, ainda não ouvi nenhum espertinho achar um jeito de burlar a lei.
Sinal dos tempos - e de que a democracia, aos poucos, vai se enraizando nas idéias das pessoas.
Sim, discordamos da rígida lei. Mas ela existe, e agora, teremos que cumpri-la.

Claro, tem as teses do aumento do consumo das drogas ilícitas, também a hipótese de que agora sim, o valor da caixinha do guarda vai aumentar consideravelmente...
Mas, ouvi várias outras soluções para acompanhar a lei:

- os bares ofereceriam transporte coletivo saindo de hora em hora com uma pequena taxa adicional na conta - ao invés do manobrista, você paga para ser deixado em casa
- o governo do DF será forçado a finalmente solucionar o problema de transporte público na cidade - se o metrô, os ônibus e as vans rodassem 24 horas e em todos os lugares, quem precisa parar de beber? - Cansei de beber todas em Nova York e voltar de metrô pra casa. Geralmente, sozinha, no frio, e ainda andando um bom pedaço da estação em casa. O que me leva para o outro ponto
- com ônibus e metrô funcionando 24 horas, a segurança vai ter que aumentar - podem até tirar o DETRAN da viscalização pra aumentar o número de guardas nos pontos de ônbus e metrô!
- um amigo sempre ficaria sóbrio para carregar os outros manguaças pra casa - isto também diminuiria o número de veículos nos estacionamentos, menos gás carbônico no ar, aumentando nossas chaces de viver mais tempo, logo, mais tempo para beber mais vezes sem dirigir.
- o famoso slumber party - amigos vão pra sua casa, tomam todas e dormem por lá mesmo. Podem até levar colchonete, mas não devem esquecer nunca a escova de dentes...

Sim, corremos o risco da lei ser considerada inconstitucional pelo Supremo. Sim, pode até ser que novas drogas ilícitas aparecem no mercado, que os guardinhas do DETRAN enriqueçam rapidamente e que o número de mortes continue igual.
Mas, o que valeu até agora é que as pessoas estão sofrendo as consequências de viver numa democracia, entendendo talvez, que só com participação, discussão, novas soluções, as leis podem refletir o que a sociedade realmente precisa!

3.7.08

Dói

Me bateu uma lembrança
Assim, do nada, enquanto eu voltava pra casa
Uma avalanche de memórias entrecortadas
Sorrisos, abraços, conversas.
Pensei que agora, tem outra mulher vivendo isso que já vivi

Me deu um nó na garganta
Fui mudada de lugar na vida

Pessoas que me foram queridas aos poucos

Me deu vontade de ligar
Eu, que nem me despedi!
Nunca falei um - sinto muito -
Ou um - muito obrigada por tudo -

Essas saudades doídas
São ainda mais tristes quando me tomam de supetão
Enchendo meu olho de água
Fazendo meu peito apertar
Doendo, doendo...

1.7.08

Mais uma noite

De música e dança.
Super cheio, super bom
A solidão da pista de dança lotada
O som muito alto, nas altas caixas de som
SKA
Metais e percussão
Cerveja e gente linda
Foi a melhor segunda feira de todos os tempos
Vi gente que faz meu coração bater
E desejei com força tocar o coração de alguém
Fechei os olhos sorrindo
Abri os braços cantando
Fui dormir maquiada
Com sede
Com fome de bis!