13.5.13

Casamento: o que não é. E o que deveria ser.

(escrevi esse texto a pedido do meu primo Vinícius, para o casamento dele com a Mari. O pessoal gostou tanto que decidi publicar aqui também)

Boa noite a todos. Para quem não me conhece, eu sou a Fabiana, a prima mais velha do Vinícius.

Eu fico honrada de subir aqui pra falar pra vocês num dia tão especial pra todos nós. Mas, eu não sei nada sobre casamento já que ainda não me casei! Então, o que posso dizer com certeza é o que o casamento não é ou pelo menos, não deveria ser.

O casamento não é comparável a nada: não é como viajar para um lugar nunca visitado. Não é assumir um novo emprego. Não é fazer um novo amigo. Não é. Não pode ser. Porque se fosse igual a qualquer outra coisa, seria bem mais simples de se fazer entender ou explicar por que diabos as pessoas resolvem se casar.

Sei de casais que fazem do casamento a solução financeira para a vida. Somam os salários e apostam que dali pra frente, tudo na vida será ao redor do acúmulo material. Não antecipam o tamanho do buraco emocional que se cava quando a única meta na vida é o TER e não o SER.

Também conheço gente que junta as escovas de dentes porque chegaram a uma idade cabalística – em geral, para as mulheres, são os malditos 30 anos. Aí, quando os anos passam e trazem todas as frustrações de uma escolha feita por motivos errados, a tristeza que assola aquele lar nunca supera as boas lembranças.

E há pessoas que juram de pé junto que vão resolver todos os dias solitários com uma outra pessoa ao lado pro resto da vida. Fazem daquele parceiro um quase refém da felicidade ilimitada. O mártir da alegria esfuziante. Estas pessoas se esquecem que somos sós. Nascemos assim e morremos assim. O parceiro que escolhemos para a vida não deve ser o responsável por uma descoberta tão íntima: aquela que leva à felicidade plena e que é feita da paz espiritual. Sim, é a paz de espírito que faz calar a solidão de sermos humanos.

Deve haver mil outros motivos para se explicar um casamento. Mas, o único que me convence, é o amor: aquele que se constrói todo dia, num tripé de confiança, admiração e respeito.

E aí, quando se fala em amor, somos todos cientistas e práticos! Por isso, ouso dizer que eu sei, por exemplo, que todo casamento deve ser o ponto de chegada de um percurso bem sucedido do amor. O percurso do casal, como parceiros, e o percurso subjetivo, muito pessoal, que cada um teve que trilhar – sempre inspirados pelo amor próprio e pelo amor mútuo.

E uma relação construída no amor, traz a liberdade: que é o estatuto mais sonhado, mais intrinsicamente atrelado a nós, seres humanos. Sem amor, não há liberdade. Sem liberdade, não há casamento.

A Mari e o Vi estão livres. Livres porque escolheram o amor. Este amor construído na admiração, no respeito e na confiança mútuos. Amor que ao chegar até aqui, no altar de um casamento, demonstra que teve fôlego para para tantos desencontros e reencontros, desilusões, e reencantos. É a combinação de decisões, escolhas, caminhos juntos. É quase um milagre divino!

E fazendo parte desse momento, eu, você, a gente acaba se sentindo um pouco mais livres também, seja lá qual for a nossa prisão. Ao ver o Vi e Mari tão autênticos, tão apaixonados, nos sentimos um pouquinho mais à vontade para ser o que somos: humanos e livres para amar!

Mari e Vi, vocês começam hoje a construção de um novo caminho: um caminho cravejado de alegria, fé e liberdade. Um caminho a ser trilhado com o único sentimento que transforma e constrói: o amor.

Lembrem-se de confiar, respeitar e admirar a si próprios e um ao outro. Lembrem-se que a paz na alma cala a solidão.

Mas principalmente, lembrem-se que a liberdade de escolherem estar juntos é a maior prova de amor que existe entre vocês!

Sejam felizes, meus queridos, imensamente felizes!

Fabiana Ferreira – maio 2013