29.6.10

Árvores de totó

Estar com meu sobrinho Enzo tem sido um dos deleites da minha vida.
Encontro com o menino de quase três anos com a frequência que faço questão: todas as terças, quintas e domingo.
Estamos sempre rodeados de outros adultos e quase sempre, da pequena Sofia.
Mas acho um jeito de ficar com o Enzo, só com ele, pelo menos alguns minutos.

Domingo, cheguei mais cedo para o almoço e o encontrei vendo DVD.
Um dia lindo lá fora, desliguei o filminho e, pela mão, levei-o até a bicicleta.
Descemos os três.

Embaixo do prédio, ele corria na bike - ele fala bike - e eu ia atrás.
Depois, mudamos para motocicleta. E aí eu era carona. Com capacete e luvas - ele providenciou as minhas que sairam de dentro da mochila faz-de-conta.

Ao descermos da moto, ele foi fazer xixi na grama.
- Eu não preciso de ajuda, tia Biju - abaixaindo o short de Homem Aranha e a cueca de Elmo.
A umidade da urina deixou a grama brilhante e ele olhou pra mim:
- Vamos plantar uma árvore?

Plantamos. Muitas. Pé de amendoim. Pé de amora. Pé de abacaxi. Pé de mamão - esse é pra Sofia, tia Biju, porque eu não gosto de mamão.
E para finalizar o nosso pomar com chave de ouro.
- Agora, vamos plantar um pé de totó.
- Totó? E como é o gosto dessa fruta?
- E de abacaxi.
- Hmmm, e ele tem cara de que fruta?
- De manga.
- Ah, entendi. Totó tem gosto de abacaxi e cara de manga. Que delícia, Bíju!
- Han, han - ele afirma com a cabeça, os olhinhos fechados, tão certo de si, desse mundo mágico de pomares, motos, corridas de bicicleta!

Isso tudo em uns 15 minutos.
Valeu a semana toda.

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