14.12.14

Hoje é dessas noites que todo o cansaço não me faz dormir em paz. Imagino que o afago de um abraço, um beijo mais afetuoso sejam antídotos para o medo que o acordar me inspira. Mas, por hoje, vou fechar os olhos com força entre as lágrimas - que nem sei mais se são pela doente ou por mim mesma - e torcer para o sono vencer a tristeza mais rápido que de costume.

É que me deu um medo imenso de morrer assim, só. Envelhecer, adoecer, morrer, sozinha, sozinha.
E no caminho disso, que eu ainda espero ser longo, seguir vivendo todas as despedidas também sozinha. Sem um abraço na entrada de casa. Sem uma conversa no escuro dos travesseiros. Nada. Só isso mesmo, anos e anos de lágrimas no escuro.

Uma noite como essa, é difícil pra caramba apagar as luzes, fazer silêncio, fechar os olhos e dormir, só.
Nos piores cenários que pintei, nunca pensei na minha vida adulta com uma solidão tão brutal.
São tantos anos que já sei: hoje, eu mesma acendo a vela, faço o chá, arrumo a cama. Eu mesma levanto no meio da noite, do pesadelo, e pego um copo de água.

Agora, não é diferente: mais uma noite que eu preferia ter um par... mas, é isso: deixa eu me levar para vestir um pijama quente, entrar debaixo dos lençóis macios e me encolher na cama grande sussurrando, como todas as noites antes que, quem sabe, um dia desses, o vento muda, a sorte gira e a vida me faça par, parceira. Quem sabem na próxima despedida que a vida trouxer, eu tenha um abraço calado em casa para mim, só para mim.




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