18.6.09

Janela da alma

Hoje, eu juro, viram minha alma!

Fizeram lágrimas cair,
Meus olhos tão abertos
Um luz vermelha
Um sopro
Um arranhão

Viram minha alma!

A janela escancarada
Sem cortinas, nem nada
Olharam bem lá dentro
Espelhos, lentes num flash

Sem luz
Um escuro total
No silêncio ardido
Arranhado
Um gota de gosto ruim

Leram minha alma por inteiro!

Na pupila agigantada
Entrando toda luz
Branca, fosca,
Faíscas rubis

Ah, a dor da alma!

Começa pela testa
Cílios
Lágrimas borradas
Rímel corrido
Pingo no chão

Hoje, tenho certeza,
Eles leram a minha alma!

Pelo olho escuro no aparelho
Pelo medo escondido do lábio sério
Pelo nó do estômago vazio

Anotaram, revisaram, escolheram
A minha alma é boa!

Pode fechar as janelas
É hora de sonhar com o depois
Com a vida em cor
Nitidez e Brilho
E contraste e ...
Som!

Já notaram que se ouve melhor quando se enxerga bem?
Eu sei!

As janelas da minha alma perderão contornos
A luz vai rasgar as córneas
(As vidraças da janela)

Vou ficar descortinada
Alma aberta
Vista vívida
Vinte Vinte
Viva viva!

Um comentário:

  1. Menina, você anda impossível!
    Sua alma toda, escritinha, é vista aqui: linda, linda!

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