25.9.06

Montagem


Para mim, a questão da montagem é basicamente intuitiva.

A minha formação em dança e música influenciam tudo que faço na ilha de edição.

O ritmo das coisas do mundo são montadas na minha cabeça. E levo tudo para a ponta dos dedos; para a pupila, pros lábios tensos pelo resultado PERFEITO.

E por tudo isso, sinto uma necessidade imensa de desconstruir.
O ritmo, o som, as cores.

Tenho vontade de desmontar o mundo real e remontar todo de novo, fora do ritmo, do meu ritmo
– de bailarina, de pianista, de mulher.

Eu quero transgredir tudo – pelo simples prazer de fazê-lo.
Não interessa o resultado, e não faço questão de justificar.

Mas, se fosse para inventar uma boa desculpa, aí vai -
A função de cada ser humano deve ser a de incomodar o outro, tirar as coisas das suas respectivas caixinhas.

Eu falo de sensação, de sentimento. Eu falo de chatear, aborrecer, irritar.
Com a montagem, com a imagem, com a surpresa de um gesto onde não haveria tal possibilidade!

Admirar o que existe, mas com o olhar sempre questionador.
Questionar com o intuito de ser eternamente curioso, inquieto.
Provocar o outro.
Me sinto instigada a traçar um caminho torto, finalmente.
E com isso também vem um desejo crescente de anarquizar!

Eu quero montar o que não tem montagem.
Eu quero editar um monólogo de silêncio.







Um comentário:

  1. só o estranhamento leva à mudança, né? se funciona com filmes, deve funcionar pro cotidiano tb, né?

    ainda estou tentando testar.
    tem sido mais fácil nas críticas,
    BEM mais complicado na vida real.
    ":)

    um dia chego lá, no seu estágio evolutivo!

    bjossss

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